Por Renato Müller
O supermercado é muito mais que um negócio de compra e venda de produtos – ele possui um profundo impacto socioeconômico em cidades, estados e países inteiros. Às vezes, um exemplo de outro país ajuda a trazer essa realidade às claras.
Um estudo realizado na Espanha pelo Instituto Valenciano de Investigaciones Economicas (Ivie) quantificou o impacto econômico da rede de supermercados Mercadona em 2024. A empresa fechou o ano com um faturamento de 33,35 bilhões de euros e sua cadeia de valor movimentou o equivalente a 2,1% do PIB do país. Segundo o estudo, cada euro gerado nas lojas da rede movimenta 4,6 euros na economia espanhola, mostrando que os impactos da supermercadista vão muito além de seus pontos de venda.
Além disso, mais de 743 mil postos de trabalho estão direta ou indiretamente vinculados à atividade mercantil da Mercadona, o equivalente a 3,71% dos empregos totais na Espanha. De forma direta, a supermercadista emprega 103 mil pessoas.
De acordo com o estudo do Ivie, a Mercadona provoca três tipos de impacto na economia. O primeiro é o direto, derivado da venda de produtos nas lojas e e-commerce da rede. O segundo é indireto, resultado das compras feitas junto aos fornecedores. Por fim, há o impacto induzido, que é gerado pelo consumo associado aos salários e ganhos de funcionários e fornecedores. Esses efeitos, combinados, geram um volume de negócios da ordem de 109 bilhões de euros na economia espanhola.
Além disso, a cadeia de valor da Mercadona pagou 12,6 bilhões de euros em impostos no ano passado, o que representa 2,15% da arredacação total da administração pública espanhola. Diretamente, a varejista contribuiu com 2,8 bilhões, com 7,5 bilhões e 2,3 bilhões de euros vindos de impactos indiretos e induzidos, respectivamente.