Home SeçõesNegócios O que o varejo espera deste segundo semestre com 5G, Copa e Auxílio Brasil?

O que o varejo espera deste segundo semestre com 5G, Copa e Auxílio Brasil?

De Administrador SH
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Muitos setores relatam que os estoques estão repletos e aguardam com cautela por datas comemorativas para aumentar venda

Otimismo moderado, cauteloso, ou cautelosamente otimista, foram as expressões usadas pelos varejistas para definir as expectativas para o segundo semestre de 2022. Em geral, as empresas evitaram fazer grandes promessas, mas mostram estar com estoques preparados para uma segunda metade do ano melhor que a primeira. O fim do ano é melhor em vendas do que o início, já que há mais dinheiro circulando na economia e mais datas comerciais, como Black Friday e Natal.

Neste 2022, porém, o Auxílio Brasil com um valor maior, a Copa do Mundo e a chegada da tecnologia 5G da telefonia celular são alavancas positivas. A moderação na empolgação fica por conta do cenário de juros ainda altos, que atrapalha quem quer parcelar uma televisão nova para assistir os jogos do Catar, a inflação acumulada ainda alta e o endividamento das famílias.

A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) revisou para cima sua projeção de crescimento anual do setor, de 2,8% para 3% a 3,3%. As razões apresentadas para a melhora de perspectiva foram a melhora no índice de inflação, o aumento do emprego formal e os recursos que começaram a ser injetados na economia na semana passada com o pagamento dos auxílios do pacote de benefícios aprovados pelo Congresso Nacional.

“Esse dinheiro vai movimentar o consumo nos lares, então, o crescimento em ritmo moderado do primeiro semestre deve ficar para trás. Daqui para frente, o consumo tende a ser mais intenso e estável porque cresceu o número de famílias, aumentou o valor do benefício e novos auxílios foram criados para outras categorias profissionais: caminhoneiros e taxistas”, disse o vice-presidente da ABRAS, Marcio Milan.

Para os próximos meses, o pagamento do pacote de benefícios deve aumentar o consumo nos lares. A ABRAS estima que cerca de 50 a 60% dos valores liberados pelo governo devem ser destinados à cesta de consumo.

ELETRO

O presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, se recusou a dar projeções de alta de vendas para o segundo semestre, mas disse que a empresa está em condições de ganhar mercado. “Prometo trabalhar duro. Temos tudo para conseguir voltar a ganhar mercado. Mesmo se o ‘bolo não crescer’, o que é improvável, temos como ganhar mercado”, disse o executivo.

Como no fim de 2021, a empresa ficou com estoque muito mais alto do que o desejado e teve de liquidar boa parte dele. Na divulgação de resultados do segundo trimestre de 2022, a posição de estoques da varejista foi uma questão para os investidores durante a teleconferência da companhia. Trajano, porém, disse não considerar que o estoque da companhia esteja alto. “A perspectiva de venda é melhor no segundo semestre. É preciso avaliar o estoque de acordo com a perspectiva”, completa.

IMPACTO

Ao Broadcast, o presidente da Via (dona das Casas Bahia e do Ponto), Roberto Fulcherberguer, disse que a empresa está preparada para as vendas do fim do ano. “Estamos bem programados”, afirmou. Ele acredita que o pagamento do Auxílio Brasil aumentado deve ter impacto maior no quarto trimestre para empresas como a Via, j á que, a exemplo do que se viu com o Auxílio Emergencial, as primeiras parcelas devem ir para o pagamento de dívidas e consumo básico.

Márcio Cruz, responsável pela plataforma digital da Americanas, afirmou aos investidores que as vendas de julho continuam tendo um crescimento consistente e que a companhia segue confiante para o segundo semestre, com os eventos sazonais, como Dia das Crianças, Black Friday e Natal, além do impacto positivo que a Copa do Mundo deve trazer.

TRIMESTRE FRACO

Essas perspectivas vêm depois de um trimestre de vendas fracas para a maior parte de varejistas do setor. O diretor de operações da consultoria Gouvêa Ecossystem, Eduardo Yamashita, explica que, com a atual conjuntura económica – alta de inflação, juros altos, massa salarial sem crescimento e baixa confiança do consumidor -, era mesmo esperado que os balanços das empresas de varejo de bens duráveis apresentassem uma retração na comparação com os anos anteriores.

Diferentemente da pandemia, estamos vivendo um cenário de retração económica ‘clássico’ e, nesse contexto, o varejo de itens de valor mais alto e dependentes de crédito sofrem mais, pois o consumidor posterga as compras nessas categorias“, avalia.

Fonte: Estadão

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