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Negócios



Nova batalha do varejo: lotar postos e condomínios com lojas de conveniência

12 de outubro de 2021
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23:51
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Bruno Marcon
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O negócio é tão promissor que redes estrangeiras desembarcam no Brasil para explorar esse nicho, incluindo o de lojas autônomas em condomínio

As chamadas lojas de conveniência, sempre abertas ali na esquina ou no posto de combustível, não são mais as mesmas. Os deslocamentos restritos na pandemia forçaram uma rápida reinvenção.

Elas despontam como uma das principais alternativas para o consumidor encher a despensa sem ir longe de casa e, com a chegada de novas redes ao Brasil e uma aposta maior de revendedoras de combustíveis e de grandes varejistas brasileiras no segmento, tornaram-se o novo campo de batalha do comércio, avaliam especialistas.

A mexicana Oxxo é a mais nova do setor a ampliar sua presença no Brasil. Vai concorrer com pesos pesados, como a mais recente associação do setor, entre a Vibra (nome adotado pela BR Distribuidora após a privatização) e as Lojas Americanas.

E competir ainda com multinacionais com marcas já consolidadas aqui, como Carrefour Express e as lojas Pão de Açúcar Minuto e Mini Extra. Enquanto isso, a AmPm, maior do setor e que opera majoritariamente em postos Ipiranga, planeja abrir unidades em condomínios e lojas de rua.

Espaço para crescer

Diferentemente de outros segmentos do varejo, o de conveniência ainda tem potencial inexplorado. O Brasil tem 8.100 lojas de conveniência em postos de combustíveis. Elas representam apenas 20% do total de 40 mil postos no Brasil.

Em outros países, 50% dos postos na Argentina contam com lojas de conveniência. E nos EUA, 94% dos postos possuem uma loja desse tipo.

Mesmo pequeno, esse mercado já movimenta bilhões no Brasil

– Volume de vendas de conveniência e mercados de proximidade do país

  2019 – 7,9 bilhões de reais

  2020 – 8,7 bilhões de reais

A maior concorrência vem com uma oferta maior de produtos e lojas mais tecnológicas. Nos postos de combustíveis, já há vendas em estilo drive thru. Muitas oferecem pagamentos por aproximação e, nas lojas de rua, até mesmo self checkout, em bancas sem funcionários, além de pedidos por aplicativos de entrega e programas de cashback (recompensas em dinheiro).

— As lojas de conveniência avançaram nos canais digitais, passaram a oferecer itens de higiene e mercearia, por exemplo. E estão deixando os postos de gasolina e indo para a rua — resume Ana Paula Tozzi, presidente da consultoria AGR, especializada em varejo.

No Brasil, no segmento original de lojas associadas a revendedores de combustíveis, são 8.100 unidades, cobrindo apenas 20% dos 40 mil postos do país. No Chile, as lojas estão presentes em 33% dos postos e, na Argentina, em 50%.

Nos Estados Unidos, 94% dos postos têm lojas de conveniência. Esse mercado movimenta cerca de R$ 7 bilhões ao ano, mas a concorrência também se acirra em lojas de rua, condomínios e terminais de ônibus.

Alianças estratégias

Com operação comandada pelo Grupo Nós, que une a brasileira Raízen (maior produtora de etanol do país e operadora da rede de postos Shell) com a mexicana Femsa, do setor de bebidas, a Oxxo acelerou sua expansão no Brasil.

Nas principais cidades do México, é difícil achar esquina sem a presença da marca, que já é a maior rede de mercados de proximidade da América Latina. São mais de 19 mil unidades em países como Peru e Chile.

A rede mexicana abriu a primeira loja em Campinas, no interior de São Paulo, em 2020. Hoje, já são 40 no estado. São pequenos mercados estrategicamente posicionados em bairros ou regiões com grande circulação, como estações de metrô e terminais de ônibus.

Oferecem um mix de produtos de reposição da despensa, dos itens de cesta básica aos de higiene e limpeza, com comidas rápidas e bebidas geladas.

— Seguimos acreditando fortemente na migração do consumidor para o segmento de proximidade, impulsionada pela pandemia, com as pessoas comprando perto de casa — diz o presidente do Grupo Nós, Rodrigo Patuzzo.

Praticidade digital

Marcos Gouvêa de Souza diretor-geral da Gouvêa Ecosystem, consultoria com foco em varejo, lembra que, na pandemia, as lojas de conveniência ganharam a concorrência das gigantes do e-commerce, que agregaram alimentos e itens essenciais ao portfólio com entrega em uma hora:

— O conceito de conveniência ganhou novos formatos digitais e entrou na disputa com as lojas físicas pela entrega mais rápida ao consumidor.

Ele aponta a tendência nas lojas autônomas em empresas e condomínios. Sem funcionários, elas ficam disponíveis 24 horas. No Brasil, a novidade foi introduzida pela rede paulista de supermercados Hirota, que desenvolveu o modelo a partir de abril de 2020.

Há duas semanas, a empresa inaugurou a 54ª unidade num residencial da Zona Sul de São Paulo e pretende chegar a 64 até o fim do ano. A moradora Arlene mendes, de 54 anos, foi aprender como comprar sem a ajuda de vendedores:

— Gostei de não precisar sair na rua para fazer as compras.

As pequenas lojas são instaladas em condomínios com até 400 apartamentos e oferecem até 500 produtos, de carvão para a churrasqueira a bebidas. O morador abre a loja com o celular, que lê um QR code, diz Helio Freddi Filho, diretor de expansão do Hirota:

— O cliente entra, faz as compras e paga pelo aplicativo. O funcionário só aparece para limpeza e reabastecer. (Colaborou Edilson Dantas)

Fonte: João Sorima Neto, O Globo


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