De agosto de 2023 a igual mês de 2024, o termo “aposta on-line” registrou um aumento de 308% nas buscas. Variações específicas, como “apostas esportivas”, cresceram 123%, enquanto as pesquisas envolvendo a palavra “aposta” avançaram 173%.
Os dados, divulgados no estudo “Como o Brasileiro Busca por Apostas Online”, da Web Estratégica, indicam um cenário de crescimento expressivo e consolidado nas buscas e atividades relacionadas às apostas digitais no País, acompanhado pela popularização das casas do setor em competições relevantes no cenário desportivo nacional.
O aumento do interesse nas apostas ecoa diretamente no alto volume de buscas mensais associadas às principais casas de apostas em atividade no Brasil. Dona dos naming rights do Campeonato Brasileiro desde o início deste ano, a Betano lidera o ranking com 37,2 milhões de pesquisas – 40% do volume total de buscas por marcas de apostas no país.
No cenário digital, a competitividade entre as casas de apostas é intensa, especialmente nas estratégias de SEO (otimização para motores de busca). As plataformas utilizam palavras-chave específicas de marca e termos genéricos, como “roleta on-line” ou “cassino on-line”, para maximizar a visibilidade nas buscas online e captar um público mais amplo.
A participação do apostador
No que diz respeito ao investimento, o estudo indica que 80% das apostas são realizadas com valores de até R$ 100,00. Embora o dado aponte para um perfil de apostador que busca ações de baixo risco, 63% dos entrevistados relataram que as despesas com apostas comprometem sua renda e os levam a reduzir gastos em itens essenciais.
Entre os setores mais afetados pela redução do orçamento mensal – coisas que os apostadores deixam de comprar para poder apostar mais – destacam-se, como os mais citados, vestuário (23%), itens de supermercado (19%), viagens (19%), higiene e beleza (16%) e cuidados para saúde (11%).
Para o diretor de CS na Web Estratégica, Anderson Fagundes, os “abandonos” desenham um cenário preocupante. Isso porque os gastos com apostas online impactam significativamente no investimento em itens de varejo – um comportamento registrado predominantemente entre um público cuja renda é mais baixa (82% dos apostadores são da classe C, D e E). Isso amplia o impacto socioeconômico da atividade.
Quanto à frequência das apostas, o estudo revelou que 51% dos usuários apostam ao menos uma vez por semana, enquanto 13% afirmam realizar apostas diariamente. Em partes, esta adesão pode ser
explicada pela praticidade oferecida pelas casas de apostas: 84% dos acessos são realizados em dispositivos móveis.
Na avaliação da Web Estratégica, os números indicam um comportamento consistente de interação com plataformas de apostas, o que destaca o poder de fidelização das casas, por vezes, conectadas ao time do coração dos apostadores por meio de patrocínios diretos – atualmente, 18 dos 20 clubes da Série A possuem acordos com players do setor.
Fonte: Mundo do Marketing