Jornada de compra digital sofreu várias mudanças ao longo dos dois primeiros anos da pandemia, aponta estudo da Locaweb
Comprar no digital não foi apenas um efeito da pandemia. Segundo um levantamento da Locaweb, em parceria com a Opinion, os preços também influem muito na decisão de compra. Os resultados da pesquisa mostram que 66% dos entrevistados compram na internet porque os preços são melhores.
O estudo, que ouviu mais de 2 mil pessoas para entender o perfil dos consumidores digitais, buscou entender as transformações com a chegada da pandemia e o processo que beneficiou os PMEs no e-commerce. Com toda essa movimentação, como fica a jornada do consumidor? O que leva um cliente a comprar em uma pequena e média empresa? E o que faz com que escolha uma grande marca?
“Faz sentido hoje as empresas conseguirem valores mais competitivos no digital. Lá não é preciso pagar o aluguel de um shopping, por exemplo, banners nos corredores etc. Têm seus custos, é claro, mas é possível fazer muito mais com menos”, afirma Luis Carlos dos Anjos, gerente executivo de marketing e canais da Locaweb.
E o consumo online cresceu expressivamente: apenas no primeiro semestre do ano, o e-commerce bateu recorde de vendas e atingiu R$ 53,4 bilhões em faturamento, segundo a 44ª edição do Webshoppers, relatório elaborado pela Ebit Nielsen. Mesmo em relação aos dados de 2020, que já foram expressivos, no primeiro semestre de 2021 houve crescimento de 31%.
Na hora de escolher em qual empresa comprar, 32% dos entrevistados afirmaram comprar igualmente de pequenas, médias e grandes empresas. Neste crescimento do consumo online, as PMEs foram as que ganharam mais consumidores, já que 41% passaram a comprar de pequenos e médios no último ano.
Em contrapartida, 30% passaram a comprar de grandes marcas nos últimos 12 meses. Entre os consumidores mais antigos, 41% disseram comprar de grandes marcas e 27% compram de PMEs há mais de cinco anos.
“A migração dos consumidores para meios online já é uma tendência confirmada. Enquanto o aumento nas compras não é surpreendente, já que ele vem acontecendo de forma mais expressiva desde o início da pandemia, é interessante notar que empresas de todo porte conseguem se aproveitar dele”, diz Daniela Schermann, Head de Marketing do Opinion Box.
E onde começa a jornada de compra online? Em 62% dos casos ela tem início no Google. De acordo com Luis, a diferença entre as PMEs e as grandes aqui é que no segundo caso os consumidores vão até lojas que gostam com mais frequência. Nas compras em PMEs, a segunda opção mais popular após o Google é recorrer a comparadores de preços.
O marketplace é outro fenômeno que cresceu muito nos últimos. Uma grande marca vendendo produtos de diversos lojistas. 63% dos entrevistados afirmaram que quando compram de PMEs é pelos marketplaces.
“Apesar das taxas, é uma oportunidade boa para esse perfil de negócio se associar a um maior, que tem um histórico de investimento em publicidade e uma marca consolidada”, afirma o executivo. 87% dizem já ter realizado uma compra em marketplaces,.
E o que leva uma pessoa a escolher comprar com um PME? Os motivos mais mencionados foram frete grátis (54%), preço mais baixo ou promoções (53%) e qualidade dos produtos (44%).
O cenário do e-commerce no Brasil nunca esteve tão favorável. Ao bater recordes de vendas e faturamento, o setor segue crescendo e, cada vez mais, tem aberto espaço para marcas menores.
“É importante notar que, por mais que o dia a dia e os números das empresas de portes diferentes seja muito distinto, a jornada do consumidor tem muitas semelhanças nas grandes empresas e nas PMEs. A pesquisa mostra que as PMEs já conquistaram o seu lugar no mundo do e-commerce”, declara o gerente.
Fonte: Bússola, Exame