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Em Nova York, um supermercado diferente

De Renata Ruiz
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Wegman’s abre loja em Manhattan com quase 90% do espaço dedicado a foodservice. Foco é atender à população local com itens exclusivos, muitas opções e serviços

Por Renato Müller

Hoje, o ambiente supermercadista de Nova York acorda diferente. A inauguração da nova loja da Wegman’s na Astor Place, em Greenwich Village, traz um novo tempero a um setor que, tradicionalmente, tem poucas referências em Manhattan.

A dificuldade de encontrar bons pontos comerciais com área livre suficiente para um supermercado faz com que, em Manhattan, delis e lojas de conveniência sejam muito mais frequentes. Ainda assim, lojas como as da Whole Foods no Columbus Circle e no Bryant Park, ou a da Trader Joe’s da Rua 59, se tornaram referências por apresentar soluções arquitetônicas interessantes ou reconverter lugares históricos, sempre com um mix de soluções com grande fit ao consumidor local.

A Wegman’s se propõe a trazer uma experiência diferente. Dos mais de 8.000 metros quadrados da loja, apenas 13% do espaço é utilizado para categorias típicas de supermercados, como mercearia, laticínios e congelados. O restante da loja se parece muito mais com uma área de alimentação de uma grande loja de departamentos ou de conceitos de food hall como Eataly, Le District ou o mercado Little Spain (todos em Manhattan): estações de preparação de alimentos das mais variadas regiões do mundo, oferecendo uma imensa variedade em refeições para comer no local ou levar para casa.

A ideia da loja é colocar a “periferia” do supermercado (as categorias de alimentos frescos e preparados no local) no centro da experiência do cliente, oferecendo produtos de todo o mundo para clientes que, normalmente, moram em apartamentos minúsculos e têm pouquíssimo tempo para cozinhar. Sem contar que a loja também funciona como uma versão mais prática, rápida, barata e informal de restaurante.

Do ponto de vista do negócio, o foodservice é a aposta para aumentar as margens do negócio. Enquanto isso, a grande presença de produtos de marca própria e itens de fornecedores locais traz um ar de exclusividade para o sortimento, ao mesmo tempo em que oferece preços acessíveis.

Com a nova loja, a Wegman’s quer alcançar um público jovem que trabalha muito, tem pouco tempo e busca praticidade. Por isso a escolha pela região de Greenwich Village, uma das áreas mais densas da cidade. O ponto de venda também vem sendo visto no mercado americano como um exemplo de reinvenção do setor supermercadista, diante da competição que Walmart e Amazon trazem com foco em preços baixos. Para a Wegman’s, a diferenciação está no sortimento, nos serviços e na qualidade.

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