Enquanto startups avançam para promover disrupção nas entregas rápidas de supermercados, legisladores buscam organizar as mudanças
O rápido avanço do chamado quick commerce (ou instant delivery) durante a pandemia está fazendo com que várias grandes cidades do mundo criem barreiras para esses modelos de negócios. Um bom exemplo disso acontece na Holanda, em que Amsterdam e Rotterdam impuseram uma moratória de um ano na construção de dark stores de serviços de entrega.
A medida, que não impede que as dark stores já existentes continuem operando, é uma resposta às críticas de moradores, que têm se sentido incomodados com motoboys em alta velocidade e o barulho da descarga de produtos a qualquer hora do dia ou da noite. A prefeitura de Amsterdam estima que existam hoje 31 dark stores na cidade, enquanto em Rotterdam há 13 instalações desse tipo.
Entre os argumentos a favor das dark stores estão a criação de mais de 1.500 empregos no mercado holandês somente pela Getir, uma das startups do setor, e o uso de veículos elétricos, que são menos poluentes e rodam em silêncio.
Já em Nova York, a nova legislatura municipal pretende equilibrar o crescimento das empresas de instant delivery e as necessidades dos pequenos varejistas locais. A preocupação é que o avanço das startups possa tirar do mercado lojas independentes – e, por isso, medidas como as leis de zoneamento vêm sendo aplicadas para evitar um avanço muito acelerado do instant delivery. Esse modelo de negócios, por sinal, fica em uma “zona cinza”: não é 100% industrial, nem 100% comercial. Natural, uma vez que o código de zoneamento da Big Apple é de 1961.