Clientes podem fracionar o pedido das aves e seus derivados de acordo com a norma da Secretaria da Saúde
Até então proibida no Rio Grande do Sul, foi liberada a venda de carne de aves e derivados a granel em açougues e fiambrerias. Isso significa que o consumidor não precisa mais comprar apenas as embalagens de frango, por exemplo, fechadas, com o peso definido pela indústria. O público pode pedir a quantidade que deseja.
Para Antônio Cesa Longo, presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS), a decisão é positiva, foi um voto de confiança no setor. “Dá mais opções de preços ao consumidor. Mas o importante é a responsabilidade de todos ao dar a informação correta, a procedência. Ter em mãos as notas que comprovem toda a cadeia do produto”, interpreta.
A determinação passa a valer a partir desta semana, já que as novas regras foram publicadas em portaria da Secretaria da Saúde. O texto altera o regulamento técnico para as boas práticas na manipulação e comercialização de alimentos, de novembro de 2021, e passam a permitir a abertura das embalagens dos produtos.
A mudança atende a reivindicações do setor de avicultura, sendo sensível com a necessidade de desenvolvimento econômico do Estado, sem deixar de considerar a necessidade de mitigar os riscos sanitários. “A portaria anterior, na sua magnitude, estava correta, mas era preciso uma adequação”, avalia o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura, José Eduardo dos Santos. “A pessoa que mora sozinha geralmente precisa de um volume menor do produto, e a mudança atende essa necessidade.”
Pela nova regra, as unidades não vendidas devem ser mantidas na embalagem original, separadas dos demais produtos no balcão expositor por barreira física. Também é determinado que, caso o prazo de validade após a abertura da embalagem seja inferior, deverá ser respeitado.
Segundo a empresária Ana Borges, que administra ao lado do pai, Antônio Borges, o Armazém Bomgado, na Zona Sul de Porto Alegre, os mercados terão de se adequar à nova regra. Ela diz que os clientes não têm uma demanda espontânea por esse tipo de produto, atualmente, porém, acredita que a medida beneficiará o consumidor, que poderá adquirir frango fracionado.
“No que diz respeito aos estabelecimentos comerciais, teremos que entender as condições sanitárias exigidas para esse tipo de fracionamento, pois a distribuição de frango poderá requerer balanças próprias para pesagem, assim como embalagens especiais para acondicionamento dos produtos, o que poderá encarecer para o consumidor, neutralizando o propósito de benefício da norma”, avalia.
Fonte: Mauro Belo Schneider, JC