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Supermercados registram elevação nas vendas; 2024 segue projeção de nova alta

De Edevaldo Figueiredo
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“A gente tem visto o início do ano bem mais positivo, e acho que até um pouco mais positivo do que o quarto trimestre de 2023”, declarou o CEO do Assaí, Belmiro Gomes

Segundo levantamento feito pela NielsenIQ, o volume de vendas no setor supermercadista apresentou aumento de 2,6% em 2023, recuperando a perda dos dois anos anteriores, e com avanço de 10,9% na venda em valor, versus o ano anterior.

Redes atacadistas e supermercado grande apresentaram elevação, entretanto, os hipermercados tiveram recuo. Para 2024, existe uma projeção de nova alta.

A análise feita considera a cesta de não duráveis, que inclui alimentos, bebidas, itens de higiene, limpeza, beleza, entre outros. Agora, se levarmos em conta apenas os itens alimentícios em 2023, o volume apresenta uma elevação de 1,7% e o valor de 8,2%.

Outro componente que apresentou números positivos foi o setor de bebidas, a quantidade vendida avançou mais 3,1%, seguido por higiene e beleza com alta de 5,4%, o maior apresentado no relatório.

Trata-se do primeiro crescimento na quantidade total vendida após 2021 e 2022 com recuos, e isso ocorreu com a receita ainda mantendo dois dígitos de aumento, apesar da perda de velocidade no faturamento frente a outros.

Na última quinta-feira, 14, o Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE) também publicou uma pesquisa sobre o comércio, sinalizando uma alta de 1,1% no volume vendido de supermercados e hipermercados no mês de janeiro de 2024, frente a dezembro de 2023, isso considerando números com ajuste sazonal do Natal. E a receita se expandiu 2,1%.

O CEO do Carrefour Brasil, Stéphane Maquaire, disse a analistas, em fevereiro, que a empresa vem acompanhando a volta da inflação alimentar nos últimos dois a três meses, mas com “volumes mais dinâmicos” na venda do atacarejo às empresas (restaurantes, padarias, hotéis etc). O grupo é dono do Atacadão.

A companhia sentiu efeitos da deflação até setembro, mas tem observado tendências de melhora tanto em volume quanto em inflação, que aumentam receita, após a metade de novembro. Questionado por analistas, Maquaire disse que, apesar do foco do Atacadão em volume, a empresa não vai “cair em ofertas demais” para isso.

Na visão do Assaí, o começo de 2024 teve uma ajuda de ganho de volume, mas também de alguma inflação, mas o primeiro teve peso maior no desempenho.

“A gente tem visto o início do ano bem mais positivo, e acho que até um pouco mais positivo do que o quarto trimestre [de 2023]”, disse a analistas o presidente da rede, Belmiro Gomes. “E o ganho tem vindo muito mais de volume do que por inflação”. É o oposto do cenário de parte de 2020 e 2021.

“O consumidor está com um pouco mais de recursos, passada a fase de reduções de cesta, troca de marcas, um ‘trading down’ gigantesco”, diz ele. Neste ano, o Assaí viu volatilidade forte em preços de alimentos “commodities” (arroz, óleo), com o sobe e desce de preços, e diz que a inflação deve ajudar na receita do começo do ano.

Fonte: Valor Econômico

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