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Shoppers dos EUA ajustam hábitos diante de inflação no pós-pandemia

Geração Z é a que mais compra em supermercados “premium”, mas já começa a buscar opções mais econômicas, mostra estudo do Bank of America

De Redação SuperHiper
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Ainda que a inflação nos Estados Unidos tenha desacelerado, a alta de preços no País já se reflete nos hábitos de consumo dos shoppers locais. Dados do estudo “Value shop til you drop”, do Bank of America, revelaram que consumidores das gerações Z e Y (os “millenials”) juntaram-se aos da X e os “baby boomers” no movimento de ampliar as compras em lojas com perfil econômico.

De acordo com o material, os shoppers dos Estados Unidos têm gastado mais em mantimentos, com um crescimento ajustado pela inflação positivo no início de 2024, pela primeira vez, em quase três anos. No entanto, dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) revelaram que os preços dos mantimentos ainda estavam quase 30% mais altos em abril de 2024, em comparação a janeiro de 2020. Ou seja, há indícios que alguns shoppers já têm buscado formas de compensar a elevação nos preços de produtos e serviços.

Na avaliação do Bank of America, a tendência é que esse movimento se mantenha. Segundo o documento, “enquanto os preços permanecerem altos, acreditamos que os shoppers continuarão a buscar oportunidades de economizar, especialmente as gerações mais jovens, à medida que amadurecem e se inclinam mais para compras com foco em valor.”

Embora a geração X e os “baby boomers” já estivessem orientados por preço nas compras de mantimentos antes da pandemia, esse movimento tem ganhado a adesão de pessoas da faixas Y e Z. Essa troca por opções mais “baratas” é verificada tanto no perfil de lojas do varejo em geral quanto de supermercados. E, também, já se reflete algumas categorias, como de proteínas animais, além das marcas tradicionais que começam a perder espaço para as próprias.

A partir de 2021, a economia começou a reabrir, e as pessoas voltaram a comer fora. Isso aumentou a demanda por restaurantes, pressionando ainda mais uma oferta de alimentos e bebidas já restrita. Esse desequilíbrio entre oferta e demanda, juntamente com questões geopolíticas e aumento dos custos de produção, resultou em preços de mantimentos significativamente mais altos ao longo de 2022 e até 2023.

Recentemente, o crescimento do gasto “real” (ajustado pela inflação) com mantimentos foi positivo, pela primeira vez, em quase três anos, de acordo com dados agregados de gastos com cartões de crédito e débito do Bank of America. No entanto, os preços absolutos ainda estão altos, com dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de abril de 2024, do Bureau of Labor Statistics, indicando que os preços dos mantimentos estão quase 30% mais altos em comparação com os níveis de janeiro de 2020.

Então, como os consumidores estão lidando com os preços mais altos no caixa? Mudando de lugar: do supermercado premium para o econômico.

O crescimento das despesas em supermercados de nível econômico começou a aumentar a taxas mais rápidas do que os dos tipos premium e padrão em abril de 2022. O pico aconteceu no auge da inflação de mantimentos em agosto de 2022, antes de amenizar em meados de 2023. No entanto, o aumento dos desembolsos em supermercados de nível econômico começou a aumentar novamente no outono de 2023.

De acordo com dados do Bank of America, o crescimento dos gastos dos “millenials” segue um padrão semelhante ao da população em geral, com o crescimento dos desembolsos em supermercados de nível econômico sendo o mais forte desde maio de 2022.

Embora a geração Z seja a que mais gasta em lojas premium, possivelmente devido, em parte, ao seu crescimento salarial muito mais alto, essa participação diminuiu ligeiramente em 2024, após ter aumentado por quatro anos consecutivos. Além disso, já é possível verificar que essa faixa de shoppers também tem migrado para lojas de nível econômico. Mas, por quê? Parece que essa mudança se deve, em parte, a mudanças de fase da vida. Na análise do Bank of America, os desembolsos dessa geração podem estar diminuindo à medida que ela começa a gastar mais com necessidades, como: automóveis, habitação e seguros. Isto é, para aliviar algumas das pressões de assumir mais despesas com necessidades à medida que envelhece.

Além de supermercados com preços mais baixos, há reflexos também quanto a categorias. Segundo o estudo, é possível que alguns shoppers estejam escolhendo frango no lugar de carne bovina para manter as despesas com alimentos sob controle, bem como comprando porções menores ou deixando de adquirir proteínas animais para economizar.

Também é provável que algumas pessoas passaram a escolher marcas próprias no lugar das mais conhecidas. De acordo com o material do Bank of America Global Research, a participação dos gastos com mantimentos em marcas próprias tem se mantido acima da média pré-pandêmica desde o segundo trimestre de 2022.

Mas, afinal quem são os “zoomers”?

Nascidos entre 1995 e 2010, os integrantes da geração Z, ou “zoomers” já começam a entrar nos mercados de trabalho e de consumo. No Brasil, segundo estudo da McKinsey, eles representam 20% da população ou algo em torno de 40 milhões de pessoas.

Curiosamente, a geração que tem a cara do futuro, gosta de olhar para o passado quando se trata de moda e tendências de consumo. Alguns se vestem como os avós e preferem as câmeras “vintage” dos anos 1990 e 2000. Os “zoomers” valorizam sua individualidade e, também, a sustentabilidade daquilo que consomem. Essas informações são do Guia Geração Z, feito pelo O Estado de S. Paulo.

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