*Por Renato Müller
Novo CEO para divisão de negócios de consumo aponta para aceleração da presença da empresa no varejo de alimentos
Recentemente, a Amazon anunciou Doug Herrington como novo CEO da sua divisão de negócios de consumo. O executivo, na empresa há 17 anos, passou nesse período por várias áreas da companhia, com destaque para o serviço de entrega de e-commerce de alimentos frescos, o Amazon Fresh.
A nomeação de Herrington para o comando da divisão de supermercados traz indicações sobre o que a varejista vislumbra para seu futuro.
A expectativa de analistas americanos de mercado é que Harrington aumente o foco da Amazon em categorias onde possui baixa penetração, como o varejo de supermercados. Mas ele assume o posto em um momento de transição da empresa, que divulgou em abril seu primeiro prejuízo desde 2015, por causa de bilhões em despesas extras causados por excesso de capacidade na logística.
“O varejo de alimentos é uma oportunidade importante para a Amazon. Por isso, é bem razoável esperar a aceleração da abertura de lojas físicas Amazon Fresh a partir de agora”, afirma Jason Goldberg, chief commerce strategy officer da Publicis.
O varejo de alimentos é a principal categoria na cesta de consumo, teve um forte impulso à digitalização durante a pandemia e ainda é um segmento em que a Amazon tem uma presença tímida (são cerca de 500 lojas Whole Foods, mais aproximadamente 50 lojas entre Amazon Fresh e Amazon Go) – especialmente considerando que esse é um setor que movimenta US$ 1,4 trilhão em todo o mundo.
No primeiro trimestre de 2022, a Amazon faturou cerca de US$ 4,6 bilhões em seus supermercados físicos (o Walmart, em comparação, teve US$ 103,2 em vendas), mas o crescimento em mesmas lojas tem sido modesto nos últimos dois anos. Herrington terá a missão de acelerar a expansão das vendas, integrar o backoffice das várias bandeiras (Amazon Fresh, Amazon Go, Whole Foods Market), impulsionar o crescimento da base de lojas e dar continuidade à transformação do negócio de lojas físicas como um todo.
Em março deste ano, a Amazon decidiu fechar todos os 68 pontos de venda com a marca 4-Star, além da bandeira Amazon Books, nos EUA e Reino Unido.