Desperdício de alimentos e uso inteligente de embalagens se tornam mais importantes na tomada de decisões de consumo
Nos últimos meses, os consumidores não apenas ficaram mais atentos às questões ligadas à sustentabilidade, como também passaram a dar mais valor a temas que não tinham tanto destaque antes da pandemia. Por isso, marcas da indústria e do varejo que queiram aumentar a fidelidade dos clientes precisam entender que aspectos geram mais respostas positivas junto aos consumidores.
“A visão do consumidor sobre sustentabilidade mudou radicalmente nos últimos 18 meses”, afirma Rick Stein, vice-presidente de alimentos frescos do Food Marketing Institute (FMI). Para o executivo, alguns aspectos, como o aumento da importância da origem dos produtos, já tinham surgido antes da crise, enquanto outros têm muito a ver com o período de home office e isolamento social. “As pessoas passaram a perceber quanta comida jogam fora e o volume das embalagens que ocupam as lixeiras”, diz.
Ao mesmo tempo, a insegurança trazida pela crise aumentou a preocupação com o uso mais racional dos alimentos. Como resultado, os clientes passam a buscar novos atributos. “Embalagens reutilizáveis ou em tamanhos para toda a família ganharam a preferência em relação a produtos em porções individuais. Ao mesmo tempo, também percebemos um aumento da procura por informações sobre congelamento de produtos, para aumentar a vida útil dos produtos”, comenta Stein.
Segundo um estudo realizado pela IRI Research em 2020, os consumidores com um perfil de consumo eco friendly estão mais interessados em aspectos como o uso racional de embalagens e o reuso/reciclagem do que em expressões como “comércio justo” e “minimamente processado”. O estudo também indica que um em cada cinco consumidores mudaram suas rotinas para incorporar escolhas mais sustentáveis e 18% aceitam pagar mais por alimentos e bebidas com menor impacto ambiental.
Esses números são ainda maiores nas gerações mais novas. Na Geração Z (pessoas nascidas a partir de 1997), 47% das pessoas associam “orgânicos” à sustentabilidade, contra a média americana de 37%, enquanto os millennials (nascidos entre 1981 e 1996) dão mais valor a itens “de fornecedores sustentáveis” do que outros grupos.