Para a Insider Intelligence, crescimento do varejo online de alimentos transformará a relação dos consumidores com o comércio eletrônico
Por Renato Muller
O varejo de alimentos é o futuro do e-commerce. Essa é a avaliação de Blake Droesch, analista sênior da Insider Intelligence para a área de varejo e e-commerce. Segundo o especialista, o comércio eletrônico está passando por uma mudança sísmica, em que as categorias mais tradicionais (vestuário, computadores/eletrônicos e móveis/decoração) têm crescido bem mais lentamente que as categorias de consumo essencial, como alimentos e bebidas.
“Essa mudança fará com que, até 2026, o setor de alimentos seja o mais importante do e-commerce americano, ultrapassando essas categorias tradicionais”, acredita Droesch. A expectativa do analista é que, então, o setor represente 19% do total das vendas online dos Estados Unidos.
Na visão da Insider Intelligence, existe um enorme espaço para crescimento na venda online de alimentos. Afinal, esse é o segmento mais importante do varejo – e as vendas online ainda são bem menos representativas do total do setor. Cada ponto percentual a mais nas vendas online significa bilhões de dólares migrando para o digital.
Esse cenário também ocorre no mercado brasileiro. Segundo o Ranking 300 Maiores Empresas do Varejo Brasileiro, da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), cerca de metade das maiores varejistas do País pertence ao setor de supermercados – mas esse é o segmento com a menor penetração das vendas digitais, mostrando que existe muito caminho para o crescimento.
Nos Estados Unidos, a inflação contribuiu para boa parte do crescimento das vendas online de alimentos. Em 2023 (janeiro a novembro), a expansão foi de 18,4% no faturamento, com uma alta média de 7,5% no preço dos produtos, de acordo com dados do Digital Price Index da Adobe. No total do ano anterior, as vendas cresceram 19,5%, com uma inflação de 11,7% na categoria.
A expectativa da Insider Intelligence é que, neste ano, as vendas digitais de alimentos avancem 17,4%, mesmo com uma inflação mais moderada.