Integração de dados da indústria e lojistas, sustentabilidade, cash and carry: o que estará em alta nos próximos anos
O varejo está cada vez mais interessado em prever riscos e em atuação focada no consumidor. Assim, consultores e especialistas têm exercitado a futurologia, para antecipar tendências e direcionar a atuação das empresas de varejo. Um dos pontos que vai mudar no varejo físico, com certeza, é a experiência. As lojas se adaptarão cada vez mais ao perfil de comprador que elas querem atingir.
A coleta e análise de dados ajudará a mapear o público-alvo e os fatores decisivos para a compra. A tecnologia está mudando não só as lojas físicas, mas permite integrar a tomada de decisão com a indústria e de diferentes canais. O reflexo disso é aumento nas vendas, uma produção mais sustentável, com menos desperdício e mais previsibilidade. Assim, o setor está caminhados para se tornar “mais inteligente” e elege alguns pontos como pilares do varejo do futuro. Acompanhe.
Sustentabilidade
Estudos de empresas de inteligência de mercado, como a WGSN, mostram que a indústria já está se adaptando aos novos hábitos de consumo. Entre as tendências previstas até 2025, por exemplo, está a necessidade de repensar o impacto das embalagens de produtos para o meio ambiente.
Cash and carry
O preço segue sendo o fator principal na decisão de compra. Por isso, as compras por atacado, em lojas com variedade de produtos continuam em alta. “Alguns comportamentos assumidos durante algum tempo não terminam amanhã. O consumidor entende que o atacarejo, ou cash and carry, é um canal que oferece melhores preços, ou custo benefício. Em média, esse canal cobra 10%, 12% menos em relação à média dos demais canais. Então o cliente tem essa clareza e vai continuar vendo isso. Mas a gente acredita que, da mesma forma, à medida que a economia consiga avançar, começamos a privilegiar também as lojas de vizinhança. Porém, acho que até pelo investimento que as grandes redes vêm fazendo nesse formato, para 2023 a gente segue vendo esse canal se fortalecer”, avalia Daniel Asp de Souza, gerente de relacionamento com o varejo da Nielsen-BR.
Jornada do shopper
O planejamento das estratégias de marketing será mais amplo. Emília Veloso, coautora do livro “Mulheres do Varejo”, acredita que a comunicação deve considerar desde a distribuição dos fabricantes (sell-in) até a venda final (sell-out). “Acredito que precisamos mudar o mindset da indústria que é pensar ‘como eu falo do sell-in e como eu falo do sell-out’. O pensamento tem que ser o crescimento do negócio e entender toda a jornada do shopper. Não é mais só considerar no ponto de venda. E essa jornada não é mais construída sozinha. Eu preciso sentar com o marketing, para entender desde o início como eu impacto o shopper e já dou a opção de compra para ele. O futuro do trade marketing é a construção conjunta com o varejo, com o marketing e passa a ser uma área que não vai mais ser só trade e sim, o customer. Ainda não sei como vai chamar, mas precisa ir além e pensar no crescimento”, antecipa.