Por Renato Müller
O varejo supermercadista americano deverá viver um ano de 2025 de transformações. As expectativas dos consumidores estão evoluindo rumo a experiências integradas em canais digitais e físicos, ao mesmo tempo em que o papel do varejo e da indústria está mudando, provocando crises existenciais nas empresas.
Essa é a avaliação de Michelle Evans, líder global de varejo e consumo da consultoria Euromonitor. Para ela, o ambiente econômico de crescimento modesto no mercado americano aumenta a necessidade de ter grande foco na execução, priorizando projetos que tragam retorno no curto prazo. Com o avanço da Inteligência Artificial, aliado aos altos custos para fazer as soluções decolarem, o custo de decisões erradas pode ser elevado demais.
Leia também:
- ABRAS promove encontro do varejo supermercadista em Nova York
- NRF 2025: a disrupção tech depende das pessoas
“O e-commerce vem crescendo muito acima da média do setor, ao mesmo tempo em que o varejo físico se polariza entre formatos orientados a valor e formatos de conveniência. Esse não é um movimento novo, mas continua ganhando força e desafiando quem não consegue ter um posicionamento claro”, pondera a especialista.
Para Michelle, os supermercados e as marcas da indústria que quiserem ganhar espaço em 2025 precisam estar atentas a 4 grandes aspectos do comportamento dos consumidores e do uso de tecnologia:
1 – A jornada de compras será ainda mais complexa
O aumento do número de canais de vendas físicos e digitais leva os consumidores a esperar que as marcas estejam em mais lugares. Com isso, aumentam a complexidade da gestão e os custos operacionais. Integrar canais, preços e experiências é essencial, mas não é simples.
2 – Expectativas dos clientes em alta
Para o varejo, o desafio não é estar presente e oferecer conveniência: é aliar esses fatores ao controle dos preços em um ambiente inflacionário e cheio de incertezas. Apresentar experiências impecáveis para os clientes e manter a operação em um nível saudável de resultados será desafiador.
3 – Tecnologia é essencial
Para lidar com custos crescentes e a necessidade de manter as margens, a execução passa a ser ainda mais importante. Incorporar tecnologias que automatizem processos, reduzam custos e tragam mais eficiência operacional passa a ser essencial – mas os investimentos podem ser proibitivos para determinadas tecnologias e portes de empresas.
4 – Qual é o papel do varejo?
O varejo não é mais o mesmo. Os avanços em retail media permitem monetizar audiências e trazer novas fontes de receita, ao mesmo tempo em que o crescimento das vendas de produtos de marca própria pressiona a indústria e aumenta o poder de negociação dos supermercados.