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Nestlé investe R$ 1 bilhão em fábrica de ração para pets

De Administrador SH
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Após BRF, foi a vez da Nestlé anunciar novos negócios no setor que cresce 20% ao ano; a construção da unidade da Purina em Vargeão, em Santa Catarina, será concluída em 2022

O crescimento robusto do mercado de produtos para animais de estimação leva a Nestlé Purina, divisão de alimentos para cães e gatos do grupo suíço, a destinar R$ 1 bilhão de seu caixa para a construção de um novo parque industrial no Estado de Santa Catarina. A fábrica, a segunda da Purina no país, terá a produção destinada para o mercado interno e exportações e poderá se tornar a maior unidade fabril da companhia no Brasil.

“Estamos crescendo duplo dígito no mercado interno nos últimos três anos e essa planta vai permitir acelerar a plataforma de exportação”, disse Marcel de Barros, presidente da Nestlé Purina no Brasil, em entrevista ao Valor. A empresa não informa números da operação brasileira. No mundo, a Purina teve avanço de um dígito alto (entre 8% e 9%) nas vendas do primeiro trimestre deste ano, em relação a igual período de 2020, puxando o resultado do grupo ao lado da divisão de cafés.

Em maio, a Nestlé Purina informou que está investindo R$ 120 milhões na ampliação de sua fábrica em Ribeirão Preto (SP), onde produz alimentos úmidos, secos e petiscos. O investimento deve ampliar em 30% a capacidade de produção da linha de rações secas da unidade. A conclusão das obras está prevista para 2022.

Nos últimos quatro anos, diz Barros, foram investidos mais de R$ 500 milhões na unidade de Ribeirão Preto. Mais recentemente, esta fábrica, que já exportava para a América Latina, foi certificada para vender a Estados Unidos e Europa. A nova fábrica catarinense também deverá fornecer a esses mercados. O objetivo é ampliar a fatia das exportações na produção dos 15% atuais para 20%.

A nova unidade vai ser erguida em um terreno de mais de 1 milhão de metros quadrados, segundo fontes, na zona industrial do município de Vargeão, próximo a Xanxerê. A região foi escolhida pois é importante produtora de proteína animal e grãos, insumos fundamentais para os produtos Purina. O Sul do país representa 20% do mercado brasileiro de produtos para animais de estimação. Além disso, a fábrica estará às margens de uma rodovia federal, facilitando o escoamento da produção para outras regiões do país e para a região portuária de Santa Catarina.

Na primeira fase do projeto, a ser entregue no segundo semestre de 2023, a fábrica terá uma linha de alimentos úmidos. A meta é dobrar a capacidade de produção. “É o segmento em que mais estamos crescendo. Crescemos o dobro do mercado e já temos mais de 30% de participação”, diz Barros. A empresa entrou na categoria há três anos e tem crescido especialmente impulsionada por ração para gatos, cuja população, menor que a de cães, tem crescido mais aceleradamente, segundo o executivo.

A companhia também planeja ampliar as linhas de produção da unidade para os segmentos seco e de petiscos. “O setor sempre cresceu 10% ao ano. No último ano cresceu 20%. Se continuar nesse ritmo, em 2024 já teremos instalada a linha de alimentos secos. O espaço é bem grande e podemos ampliar bastante nossa capacidade.” Instaladas as linhas de produção nas três categorias, a fábrica será a maior da Nestlé Purina no país.

A Nestlé é a terceira maior em participação no mercado brasileiro de alimentos para animais de estimação, atrás da Grandfood (Premier Pet e Golden) e da Mars (Pedigree, Whiskas e Royal Canin), segunda e primeira colocadas, respectivamente, segundo dados da consultoria Euromonitor. No ano passado, esse mercado movimentou R$ 24,58 bilhões e a projeção da consultoria é de que chegue a R$ 46,34 bilhões já em 2026.

Com uma população estimada de 101 milhões de cães e gatos em 2025, este mercado tem atraído investimentos, em especial no segmento de alimentos, que responde por 75% das vendas totais. Recentemente, a BRF comprou a gaúcha Hercosul, fabricante da Biofresh, ração premium de alimentos naturais e sem conservantes, cujo faturamento anual gira em torno de R$ 300 milhões. O grupo já tinha em seu portfólio a Balance. Embora veja a demanda de alimentos mais naturais ainda como um nicho, Barros diz que esse também é um dos focos da Nestlé Purina, que mantém um centro de inovação nos Estados Unidos.

Fonte: Por Raquel Brandão, Valor

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