Desta forma, a gigante mundial de alimentos tem mais agilidade frente aos hábitos dos clientes em todo o planeta
A Nestlé, líder mundial do setor alimentar, alterou sua estrutura e criou três novas zonas de gestão dos negócios – América Latina, América do Norte e Grande China. O objetivo é reforçar o foco nos mercados e ter mais agilidade num cenário em que os hábitos dos consumidores evoluem rapidamente.
O CEO mundial de Nestlé, Mark Schneider, considera que a nova estrutura ajudará a gerar ‘’crescimento sustentável e rentável em todo lugar onde operamos’’, trará mais proximidade com consumidores e clientes, abrirá novas oportunidades comerciais e permitirá atender mais rapidamente as mudanças dos consumidores.
O ajuste passa a vigorar em 1 de janeiro do ano que vem e implica mudanças também na direção-geral do grupo. E sublinha a ‘’firme determinação’ do grupo de ser bem-sucedido em todas as regiões do mundo, incluindo na América do Norte e na China, que são seus dois principais mercados.
A zona geográfica de negócios Américas foi agora dividida em duas: a zona América do Norte e a zona América Latina. A primeira cobre os EUA, maior mercado do grupo, e o Canadá. A empresa tem nesses países um faturamento anual de 24,7 bilhões de francos suíços. Será dirigida por Steve Presley, que já era o CEO nos EUA.
Por sua vez, a zona Amétrica Latina (Latam) engloba o Brasil, o México e a região do Caribe. Representa um volume de negócios de 9,2 bilhões de francos suíços por ano. Laurent Freixe, que era o vice-presidente para as Américas, será agora o CEO da zona Latam. Para o grupo, Freixe vai assegurar uma ‘’continuidade essencial e uma liderança inspirada’ na região.
Ao Valor, Nestlé informou que a zona Latam será dirigida a partir da sede mundial em Vevey, Suíça. E que pelo momento não tem nada específico para anunciar sobre a nova zona de negócios. Indagada se a nova configuração poderia ampliar projeto na região, a companhia respondeu que “vamos continuar a investir na região, como temos feito de maneira contínua’’.
Qualquer mudança pode ter impacto no Brasil, que é o quinto maior mercado para vendas de Nestlé, só atrás dos EUA, China, França e Reino Unido.
A criação da zona Grande China não é uma surpresa. Nestlé diz que se trata de um dos mercados mais dinâmicos no mundo na área de alimentação e bebidas e que oferece um potencial de crescimento importante para o grupo. A zona Grande China representa um faturamento anual de 5,7 bilhões de francos suíços. Essa divisão será chefiada por David Zhang, atual CEO de Xangai Totole Food.
A zona Europa, com 17,7 bilhões de francos suíços de vendas anuais, continuará focada em ganhar fatias de mercado e terá como CEO Maro Settembri. A zona Oceânia e Africa, com 17,5 bilhões de francos de faturamento anual, terá Remy Ejel como novo CEO.
As unidades de Nespresso e Health Science continuarão geridas em nível mundial e não são envolvidas pela reconfiguração. Ambas tiveram faturamento de 9,2 bilhões de francos suíços em 2020.
Ao mesmo tempo, Nestlé a nunciou que vai contestar uma notificação da Autoridade Francesa de Concorrência. Essa agência francesa diz que 14 associações profissionais e 101 empresas – incluindo algumas filiais de Nestlé na França – teriam se entendido para não comunicar sobre a presença ou a composição de certos materiais embalagem podendo eventualmente conter bisfenol A (BPA) ou seus substitutos em contato com bens alimentares, em detrimento dos consumidores.
Nestlé desmente ‘’de forma categórica’’ essa alegação e diz que vai contestá-la formalmente. Nota que uma avaliação do impacto financeiro potencial do caso ainda não é possível de ser feita.
Fonte: por Assis Moreira, Valor