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Negócios reagem e Assaí corre para abrir as 40 lojas convertidas do Extra

De Administrador SH
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Grupo foca no consumidor de regiões centrais que não tem o hábito de comprar em atacarejo

Depois de muitas mudanças no consumo por causa da pandemia, o setor de atacarejos começou o ano com ajustes da normalidade de compras, segundo o presidente da rede de atacarejo Assaí, Belmiro Gomes. O executivo disse que o primeiro trimestre já demonstrou alguma aceleração das vendas em relação ao quarto trimestre, o que seria motivado pela menor restrição de serviços após quase dois anos com bloqueios pela covid-19.

De janeiro a março, o Assaí aumentou em 21% as vendas líquidas e em 6,7% as vendas “mesmas lojas”. Para efeito de comparação do ritmo de crescimento, de outubro a dezembro, a alta nas vendas líquidas alcançou 8%, enquanto em “mesmas lojas” houve queda de 3%. O concorrente Atacadão cresceu 18,6% em vendas brutas de janeiro a março, e cerca de 9% nas unidades em operação há mais de um ano.

Além do retorno dos clientes comerciais, como bares, restaurantes e pequenos varejos, o canal de autosserviço se beneficia do cenário inflacionário em que os preços mais acessíveis atraem mais consumidores pessoa física.

“Um dos movimentos que vemos é a troca por produtos mais baratos, o que nos beneficia. As pessoas deixam de frequentar supermercados. Fluxo de cliente está de estável e até ascendente no atacarejo”, disse Gomes.

O executivo, porém, reconhece que há mudanças no comportamento do consumidor. Segundo ele, não há retração expressiva de volumes — “salvo algumas regiões do país onde é observada queda”—, mas o consumidor está substituindo produtos, marcas e embalagens para continuar preservando seu poder de compra. Esse movimento de migração por itens mais acessíveis, chamado no mercado de “trade down”, é o que tem impactado as vendas em mesmas lojas, ou seja, nas lojas já maduras, com mais de um ano de funcionamento.

“Estamos vendo um trade down de 7% a 8%. Se você pegar o mesmo quilo comprado, atualizar pela inflação, observa essa queda no valor de venda.”

Nesse cenário inflacionário, o efeito da guerra entre Rússia e Ucrânia ainda é pequeno, mas é mais observado nas commodities, em especial olhando a categoria alimentar, que sente o aumento dos preços do combustível por causa do frete. “Temos enfrentado um momento de políticas de curto prazo.”

Foco no Extra

As 24 lojas da rede de atacado Makro que estão à venda não devem ser alvo de interesse do Assaí, disse Gomes.

“Especificamente sobre os pontos do Makro, obviamente nós olhamos e temos conhecimento. A companhia está sempre atenta a qualquer oportunidade que possa ter no mercado, mas nosso objetivo nesse momento é na conversão do Extra”, disse ao ser questionado sobre os ativos da concorrente.

A intenção de venda das 24 lojas da Makro foi antecipada pelo Valor em reportagem de 13 de abril. O grupo holandês SHV estaria pedindo quase R$ 3 bilhões pelas unidades. Há cerca de dois anos, o grupo já havia vendido 28 unidades para o Carrefour.

“Com as lojas que temos hoje, mais a conversão do Extra e o landbank de projetos, estamos falando de 330 pontos comerciais. Então, seja com essa operação ou outras operações, aumentou muito o ‘overlap’ e isso limita o potencial de negócios”, disse Gomes.

Esse tamanho de operação é também uma das razões para o Assaí projetar uma venda de R$ 100 bilhões ao ano em 2024, segundo o executivo.

A rede espera começar as inaugurações das lojas convertidas do hipermercado Extra entre agosto e setembro. As conversões, que somarão 40 lojas neste ano, são o principal caminho da empresa para acessar pontos mais centrais em grandes e médias cidades.

“Entendemos que tem espaço e proximidade dentro das regiões centrais para o modelo de atacarejo”, disse Gomes.

Durante o período de conversão, no entanto, o executivo admite que os atacarejos concorrentes devem ser beneficiados, absorvendo parte das vendas que pertenciam ao ponto do Extra. “Mas [isso] se reverte conforme a gente for abrindo as lojas”, argumenta. “Nossa estrutura será muito superior à dos concorrentes do entorno. Óbvio que há um trabalho a ser feito, mas é menos preocupante do que quando se abre uma loja nova orgânica, em que vai criar um novo ponto comercial.”

Segundo ele, à medida que a localização passa a ser algo tão importante quanto o preço pro cliente, é possível para a empresa a continuar o movimento da melhoria de experiência de compra, com mais serviços. “As demandas da periferia são diferentes das lojas mais centrais. É um movimento muito estratégico para a companhia”, acrescentou.

Segundo ele, ainda é cedo para dizer como fica a participação das operações em cada classe social, mas a operação do Assaí é muito regionalizada. “Nos adaptamos muito ao perfil dos clientes em cada loja.”

Ainda assim, Gomes diz que há um teto de despesas para a operação. “O alvo é não passar dos 10% da despesa totais em relação à venda bruta.”

Fonte: Raquel Brandão, Valor

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