Estudo mostra que 73% dos consumidores americanos continuarão comprando itens private label mesmo após o fim do ciclo inflacionário
Por Renato Müller
Nos supermercados americanos, os produtos de marca própria não são uma tendência, e sim uma realidade cada vez mais importante. A onda inflacionária do último ano fez com que os consumidores buscassem opções mais baratas e, em muitos casos, o preço baixo não significou uma perda expressiva de qualidade. Resultado? Os itens com a marca do varejista continuarão fazendo parte do dia a dia dos clientes.
Um estudo divulgado pela Attest mostra que 73% dos consumidores americanos dizem que pretendem continuar comprando produtos de marca própria mesmo quando a inflação deixar de ser um problema, contra somente 9% que afirmam que voltarão a comprar marcas líderes. Embora seja claro que as respostas acontecem em um momento de “aperto de cintos” (90% dos clientes dizem buscar promoções quando fazem compras de supermercado e 41% visitam várias lojas para comprar mais barato), esse nível de disposição a manter o consumo de marcas próprias pode fazer a alegria dos supermercados – e complicar o jogo para a indústria.
Considerando que 91% dos varejistas entrevistados em 2021 pelo Food Industry Association (FMI) disseram que pretendiam ampliar seus investimentos em produtos private label nos dois anos seguintes e que 58% delas aproveitariam esses investimentos para apresentar inovações em seu sortimento, as empresas têm conseguido acompanhar o movimento dos consumidores e entregar valor.
“Nossos produtos de marca própria estão crescendo duas vezes mais que a média da indústria”, afirmou Rick Gomez, vice presidente executivo da Target, durante a NRF Big Show, em janeiro. “Adotamos uma estratégia de inovar em nossas marcas, ao mesmo tempo mantendo os preços baixos. Com isso os clientes vêm pelo valor e permanecem pela qualidade”, completou.