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ESG



Lideranças setoriais defendem cooperação para ESG no país

18 de junho de 2021
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07:58
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Bruno Marcon
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Entidades da Cadeia Nacional de Abastecimento concordam que a implantação das boas práticas ESG vai ocorrer com ações colaborativas entre todos os elos do sistema, com muita educação e comunicação

O último painel do Primeiro Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento promovido pela ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados – contou com a participação online de representantes de treze entidades setoriais. De forma direta e objetiva, a jornalista Rosana Jatobá que há 15 anos aborda temas ligados à sustentabilidade, coordenou os trabalhos cobrando dos executivos desafios e propostas para implantação do ESG no sistema.

Para o Presidente executivo da ABIA – Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação, João Dornella, é crucial acabar com a fome e o desperdício de alimentos que acontece no varejo. Segundo ele, “42% do que se perde no varejo tem uma causa única que é data de validade vencida. A ABIA vem estudando e propondo a implementação de uma nova abordagem sobre a data de validade. “É preciso implantar o conceito do best before. No Brasil, existe excesso de regulação – até água tem prazo de validade -. Aqui no país, chegou na data limite, o alimento não pode mais ser comercializado e nem consumido. Com isso, muita comida boa vai para o lixo”, desabafou Dornella. Para ele, é impraticável pensar que oitocentos milhões de pessoas vão para cama com fome no mundo. O responsável pelas indústrias de alimentação ressaltou que a carga tributária média nos produtos brasileiros é de 23%. Só os itens da cesta básica são taxados em 9,8%. Com esse cenário, Dornella pediu Reforma Tributária já.

Pedido semelhante foi realizado pela executiva Juliana Durazzo Marra – Presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de uso Doméstico e Profissional. Segundo ela, um sério problema que atinge especificamente o seu setor é o aumento dos índices de informalidade, inclusive causando riscos à saúde das pessoas. Destacou a necessidade do uso dos produtos registrados na Anvisa. Para Juliana, “a união da Cadeia para solução desses desafios é fundamental”.  

O Presidente do Conselho da ABRE – Associação Brasileira de Embalagens – Marcos Barros elencou os números pífios de reciclagem no Brasil. O país gera 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos, 40% têm destinação imprópria e apenas 4% dos resíduos nacionais são reciclados. Barros disse que falta educação para o correto descarte de embalagens pós consumo e o ideal reaproveitamento dos materiais reciclados nas cooperativas, que recebem valores baixíssimos pelo trabalho. “É preciso responsabilizar a sociedade pelo material que descarta, para que haja uma efetiva economia circular”, concluiu Barros.

O setor de defensivos agrícolas já recicla todas as embalagens há mais de 20 anos e hoje atingiu a marca de 94% no processo, destacou Christian Lohbauer, Presidente da CropLife que responde por 48 empresas no setor agrícola sustentável: germoplasma (mudas e sementes), biotecnologia, defensivos químicos e produtos biológicos. De acordo com Lohbauer, “é preciso informar a opinião pública que a gente já segue o ESG, mostrar que toda a Cadeia do Abastecimento age de forma correta. A sociedade não tem conhecimento de tudo de bom e extraordinário que ouvi hoje aqui no Fórum da ABRAS”.

O ex-Ministro da Agriculltura e Presidente Executivo da Abramilho, Alysson Paolinelli, falou da agricultura tropical, onde só o Brasil colhe duas safras ao ano, no verão com as chuvas e no inverno, à base de irrigação. “Por isso, o Brasil está à frente de todas as outras agriculturas do mundo”, disse Paolinelli, indicado ao Prêmio Nobel da Paz de 2021. Mostrou-se impressionado com a capacidade das cooperativas da Região Sul do país. E ao encerrar, frisou “não podemos desgarrar a pesquisa da ciência com a tecnologia”. Com a revolução agrícola, Paolinelli colocou o Brasil no caminho da autossuficiência alimentar, pois até então importávamos alimentos básicos e hoje exportamos 25% de tudo que produzimos.

Responsável por levar tecnologia ao produtor rural, Alberto Yoshida, Presidente da ANDAV – Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários – alerta que o maior número de produtores rurais do país pertence à agricultura familiar, responsável por toda a cadeia de FLV. E quanto à questão da fome e do desperdício de alimentos, temas repetidos a exaustão no Fórum, Yoshida disse que faz sentido, porque hoje tem produtores jogando fora a mercadoria por falta de demanda. Para ele, um grande problema da Cadeia é a falta de educação já para as crianças, assim como a comunicação que é falha, “muitos brasileiros não conseguem entender a sustentabilidade do nosso agronegócio”, finalizou.

Para o Diretor Executivo ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio – Eduardo Daher, carecem de educação o consumidor e os pequenos e médios produtores rurais que necessitam de apoio técnico. Elogiou a economia circular e ressaltou a baixa procura por biodigestores para movimentar frotas no campo. Daher entende que a neutralização de carbono é a terceira safra brasileira. “Nosso carbono é verde”, concluiu.

Seguindo a linha da comunicação, Ricardo Santin, Presidente da ABPA -Associação Brasileira de Proteína Animal – disse que o maior desafio hoje é urbanizar o discurso. Segundo ele, “a nova utopia desta geração é a sustentabilidade. Não dá simplesmente para colocar a culpa no boi, no agronegócio, todo mundo tem que começar a fazer a sua parte. Os aviários, por exemplo, só funcionam com energia solar, matriz energética que poderia ser adotada amplamente no varejo”.

E por falar em zona urbana, a ABAD – Associação Brasileira de Atacadistas e distribuidoras e produtos industrializados – responde por toda a distribuição de mais de 50% do que é vendido no varejo, explicou o presidente Leonardo Miguel Severini. E por estar na linha de frente, o setor se depara com problemas como falta de saneamento, problemas de inclusão, saúde e educação. “Uma desigualdade tremenda” comentou Severini. Segundo ele, “é justamente o pequeno e médio varejo, o mais prejudicado na inclusão social, fato agravado pela pandemia”.  

 O Presidente da ABRALOG, Associação Brasileira de Logística, Pedro Francisco Moreira defende melhor infraestrutura nos transportes para escoamento de toda a produção. Disseminando conhecimento, torna-se mais fácil concretizar as boas práticas do ESG na logística, aumentando a produtividade das organizações, reduzindo a ociosidade e o custo logístico com infraestrutura multimodal.

 No Fórum ESG da ABRAS, a ABRASLATA – Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio – revelou que o Brasil está no topo da economia circular do produto. “O país é campeão em reciclagem de latinhas de alumínio”, afirmou o Presidente Executivo, Cátilo Cândido. 97% dos 32 bilhões de latas são recicladas, índice muito superior a países de Primeiro Mundo. Em 60 dias, a lata gera, renda, tributo e oportunidade para milhões de pessoas. E para que a roda se sustente, a entidade tem o compromisso de comprar toda a sucata.

João Carlos Basílio, Presidente executivo da ABIHPEC, Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos saiu otimista do evento: está vendo o Brasil que dá certo! O único senão diz respeito a pesada carga tributária.

Próximo ao encerramento, o Presidente da ABIR, Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas, Victor Bicca, elogiou o presidente da ABRAS, João Galassi, e toda a diretoria pelo evento. “É um marco. Parabéns! Trata-se de um novo conceito que a gente aprendeu, principalmente durante a pandemia, que é colaboração e não competição. Então, a gente tem aqui diversos setores que discutiram como de forma colaborativa a gente vai resolver os temas e atingir metas para o ESG”, finalizou Bicca.  


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