Segunda maior empresa global de alimentos está no caminho de cumprir suas metas ambientais
Quatro empresas brasileiras foram listadas na quarta edição do ranking Coller Fairr Protein Producer Index, que avalia 60 companhias globais de capital aberto ligadas à produção de alimentos à base de carnes, peixes e lácteos em relação a critérios sustentáveis. A lista é liderada por duas empresas norueguesas de aquicultura: Mowi e Grieg Seafood. Completa o “top 3” a canadense Maple Leaf.
A brasileira JBS, segunda maior empresa global de alimentos e líder no setor de proteína, registrou uma pontuação geral de 57% no ranking, ficando na 11ª posição.
A pontuação geral da companhia vem evoluindo de maneira consistente ano após ano, partindo de 38% na edição inaugural do índice, em 2018, passando para 39% em 2019, 51% em 2020, e chegando aos 57% na edição de 2021.
“A evolução da nota da JBS ano após ano reflete a prioridade que as questões ESG vêm recebendo na companhia”, destaca Márcio Nappo, diretor de Sustentabilidade da JBS. “A sustentabilidade, definitivamente, passou a ser a nossa estratégia de negócios. Assumimos o compromisso de ser Net Zero até 2040, e estamos focados em ações para reduzir emissões em toda a nossa cadeia de valor. Muitos desses desafios são setoriais, por isso é importante também ver a melhora das demais empresas”.
Segundo a lista, atualmente 52% das empresas são categorizadas como “alto risco”, em comparação com 63% em 2020. As demais brasileiras presentes na lista são Marfrig, BRF e Minerva.
Inovações para um setor mais sustentável
Um dos pontos destacados pelo Coller Fairr Protein Producer Index é a inovação em rações. Com os preços desse tipo de alimento atingindo o valor máximo dos últimos oito anos, nove empresas de carne, peixe e laticínios estão investindo em ingredientes ou produção sustentável para reduzir o risco de suas cadeias de suprimentos.
O index cita a britânica Cranswick, que está testando ração à base de proteína de insetos, ervilhas e feijões, e a JBS, que fez parceria com a DSM, com sede na Holanda, para implementar um aditivo alimentar para reduzir as emissões de metano da digestão em vacas.
O índice também destaca a inovação em proteínas alternativas, reforçando que quase metade (28/60) das empresas listadas agora atua nessa frente, em comparação com apenas um quarto (15) em 2019.
Sete empresas de carne relatam investimentos em carne cultivada. A Thai Union, da Tailândia, por exemplo, formou parcerias com a startup de carne cultivada Aleph Farms e a startup de frutos do mar cultivados BlueNalu. Já a JBS entrou recentemente no setor com um investimento de 100 milhões de dólares na aquisição de uma empresa espanhola de carne cultivada e um centro de pesquisa e desenvolvimento com esse mesmo foco.
“Esta aquisição reforça nossa estratégia de inovação, desde como desenvolvemos novos produtos até como comercializamos, para atender à crescente demanda global por alimentos”, comentou em nota Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS. “Unindo o conhecimento tecnológico com nossa capacidade de produção, seremos capazes de acelerar o desenvolvimento do mercado de proteína cultivada.”
Na pecuária, parceria da JBS com a holandesa DSM usa aditivo alimentar para reduzir as emissões de metano da digestão em vacas
Fonte: Exame