Alta dos preços e dificuldades econômicas impulsionam vendas de beleza e cosméticos no mercado americano
*Por Renato Müller
A alta dos preços em nível recorde no varejo americano tem trazido de volta um comportamento conhecido das empresas brasileiras: o “efeito batom”. Isso acontece quando os consumidores reduzem seus gastos em diversas categorias, mas ampliam as despesas em itens que funcionam como “pequenos agrados” no dia a dia. Como batons, itens de maquiagem e chocolates.
Um estudo divulgado pelo NPD Group mostra que esse comportamento dos clientes está em alta no varejo americano. Segundo a empresa, os itens de beleza são a única categoria que teve aumento na quantidade de itens vendidos no primeiro semestre de 2022. E a razão é simples: pode faltar dinheiro para jantar fora, mas é possível comprar pequenos itens que trazem uma satisfação momentânea.
Varejistas com forte presença no setor alimentar, como Target e Walmart, têm percebido esse movimento. No Walmart, por exemplo, os consumidores têm se afastado de categorias como vestuário, mas novos displays para itens de beleza têm sido colocados em centenas de lojas para aproveitar o crescimento da demanda, especialmente entre os consumidores das gerações Z e Millennial. A Target, por sua vez, pretende abrir 250 lojas da Ulta Beauty dentro de seus pontos de venda neste ano e contar com store-in-stores em 800 unidades, ou 40% de sua base de lojas nos EUA.
A maior parte do crescimento da venda de itens de beleza, porém, se dá nas residências de maior poder aquisitivo, o que torna mais difícil para o varejo de massa aproveitar essa tendência.