O número, porém, não é suficiente para retomar o mesmo patamar pré-pandemia
Após as restrições causadas pela pandemia, o Natal voltou a registrar resultados positivos em lojas físicas. De acordo com o IPV (Índice de Performance do Varejo), organizado pela HiPartners Capital & Work, o fluxo de visitação em lojas de rua no ano passado aumentou 20% em comparação com o mesmo período de 2021. Já o faturamento nas lojas de rua aumentou 14,3% na média semanal encerrada no Natal, em relação ao mesmo período do ano anterior; em comparação com 2019 a alta é ainda mais acentuada, de 26,1%. Os lojistas de shoppings também vislumbraram crescimento, com 8% e 6,4%, em relação ao mesmo período de 2021 e 2019, respectivamente.
Os dados são provenientes das empresas FX Data Intelligence, plataforma de monitoramento da jornada do consumidor e da performance da operação no varejo físico; F360°, plataforma de gestão financeira para pequenos e médios varejistas; e Harmo, plataforma de feedback intelligence, que integra gestão de reputação on-line de estabelecimentos off-line – todas investidas da HiPartners.
O estudo é chancelado pela 4intelligence, empresa que desenvolve plataformas de inteligência para o mercado B2B e que também é responsável pela metodologia das análises, garantindo mais equilíbrio ao estudo e agregando outros índices para ratificar a sinergia com distintos benchmarks do mercado, como a PMC (Pesquisa Mensal de Comércio).
Lojas de Shoppings
Em lojas de shoppings, a circulação de clientes apresentou equilíbrio, com variação negativa de 3,9%, na mesma base de comparação. Porém, ao longo de todo o mês de dezembro, o resultado para lojistas de shoppings se manteve abaixo do percentual de 2021; a maior diferença ocorreu na semana encerrada na véspera do Natal, com queda de 8,5%.
“O varejo brasileiro é resiliente e demonstra retomada no período pós-pandemia. Os índices gerais ainda seguem abaixo dos registrados em 2019, mas é possível observar uma recuperação ascendente, apesar dos desafios da alta inflação no Brasil e do cenário de crise mundial”, afirma Flávia Pini, sócia da HiPartners Capital & Work.
Outras datas importantes no calendário do comércio
O início de 2022 foi marcado por crescimento robusto nos feriados frente ao ano anterior, principalmente na Páscoa, com aumento de 272,6% no fluxo de consumidores em lojas de rua e 441% em lojas de shoppings. O Dia dos Namorados vem em segundo lugar, com alta de 14,2% em lojas de rua e 26,4% nos shoppings.
“Essa alta expressiva, especialmente na Páscoa, pode ser atribuída à base de comparação retraída em 2021, quando a mobilidade foi afetada por novas ondas da pandemia. No mesmo período de comparação, alguns feriados demonstraram resultados distantes entre os tipos de lojistas, com destaque para Dia dos Pais, Dia do Cliente, Black Friday e Natal. Nessas datas, enquanto uma categoria apontou crescimento, outra presenciou queda. Novamente parte da explicação recai sobre os momentos diferentes do isolamento social, visto que os resultados em 2019 não mostram diferenças acentuadas”, analisa Eduardo Terra, presidente da SBVC.
Balanço anual
Na comparação do fluxo de visitação de 2021, houve crescimento médio do ano em 22,7% para as lojas físicas, sendo 8% para lojas de rua e 22,4% para lojas situadas em shoppings. No ano de 2019 (pré-pandemia), houve queda de 32,3% para lojas físicas – com percentual de 34,8% e 32,4% para lojas de rua e de shoppings, respectivamente.
Já a quantidade de boletos cresceu em ambas as comparações, com alta de 20,7% em relação a 2021 e 11,7% em relação a 2019. O faturamento médio nominal registrou comportamento similar, com crescimento de 18,6% e 22,5%, respectivamente.
O estudo aponta ainda que o índice de fluxo de visitação apresentou comportamento relativamente estável, sem grandes movimentos ao longo do ano de 2022, em relação aos percentuais registrados em 2020 e 2021. Nos anos anteriores, a pandemia do coronavírus impactou significativamente o varejo brasileiro. No primeiro ano, principalmente pela restrição na mobilidade urbana e, no segundo, devido à soma de novas ondas de contaminação e mudanças no hábito do consumidor: ora focado em consumo de bens duráveis, ora com ênfase nos serviços.
Para 2022, os momentos de destaque no índice abrangem o meio e o fim do ano, meses com sazonalidades puxadas pelos feriados nacionais. O final de 2022 contou ainda com o efeito da Copa do Mundo, ou seja, nos dias de jogos da seleção brasileira parte das atividades ficaram paradas em razão da liberação dos trabalhadores para assistirem às partidas.