Por Renato Müller
O índice de desperdício de alimentos nos supermercados da Espanha recuou para 0,45%, contra 0,6% no ano passado, apesar de um aumento de mais de 2 milhões de toneladas no volume distribuído. Os dados foram divulgados recentemente pela Associação Espanhola de Distribuidores, Autosserviço e Supermercados (Asedas).
Segundo a entidade, os resultados são fruto, principalmente, da digitalização dos controles sobre os produtos, das melhorias logísticas com o uso de veículos elétricos e das medidas preventivas adotadas pelo setor. “As empresas têm feito um esforço enorme para reduzir o desperdício de alimentos. Mesmo com o aumento do volume de produtos colocados à venda, a digitalização e as medidas de prevenção ao longo de toda a cadeia estão gerando resultados significativos”, explicou Maria Martínez Herrera, diretora de sustentabilidade da Asedas.
Outro aspecto importante da luta dos supermercados espanhóis para se tornarem mais sustentáveis é o reaproveitamento de resíduos. Atualmente, 91,7% do total gerado é reutilizado ou reciclado, envolvendo tanto resíduos orgânicos quanto inorgânicos, como plástico e papel. No caso específico dos alimentos, seu uso como matéria-prima para produção de bioenergia mostra um caminho importante de eliminação de desperdícios.
Outra área que vem sendo focada é o uso de embalagens feitas com materiais mais sustentáveis. Em média, o conteúdo reciclado nas embalagens preparadas nos supermercados alcança 22%, enquanto nos itens da indústria chega a 47%.
A modernização das frotas de veículos tem gerado um impacto importante na eficiência energética dos supermercados. Os dados da entidade mostram que 98% dos veículos próprios de distribuição contam com certificações ambientais, mais de 4.000 pontos de recarga elétrica foram instalados nos estacionamentos dos supermercados e tem havido um trabalho intenso de otimização das rotas de entrega.
A Asedas também disse que os supermercados espanhóis destinaram 4,89% de seus investimentos neste ano a medidas de eficiência energética. Graças a isso, muitos varejistas extraem toda sua eletricidade de fontes renováveis, especialmente energia solar. Como resultado, a pegada de carbono do setor recuou 16,63% em relação a 2019.