Maior parte das compras de FLV acontece por impulso, mas varejo digital diminui esse fator de consumo. E agora?
O avanço das vendas online de supermercados deverá continuar a mudar a forma como o varejo lida com alimentos perecíveis. Isso porque embora o digital coloque o lojista frente a frente com o cliente a qualquer momento, a experiência de compra e a jornada de consumo são bem diferentes de uma visita a uma loja.
“Tradicionalmente, 80% das vendas de perecíveis acontecem por impulso. O cliente vê que uma fruta está bonita e decide comprar na hora. Mas isso não acontece online”, afirma Bruce Peterson, CEO da consultoria Peterson Insights. “Comprar alimentos sempre foi uma experiência emocional e subjetiva”, complementa.
Segundo o consultor, a tendência é que as áreas de FLV dos supermercados tenham menos itens no futuro, tanto no digital quanto no ambiente físico. Por outro lado, novas soluções de embalagens simplificarão a coleta e separação de produtos para delivery no ponto de venda. “Acredito que produtos sazonais se tornarão um negócio boutique, desenvolvido por players especializados. Já o grande varejo de alimentos focará em itens básicos”, projeta.
Esse é o típico caso em que o varejo online aproveita suas fortalezas para maximizar suas vendas, em vez de se adaptar a novas demandas. “Alimentos básicos são mais simples de armazenar e transportar em caixas, que é o negócio da Amazon há quase 30 anos”, comenta Ed McLaughlin, professor de marketing da Cornell University. “ A empresa continua melhorando sua logística para entregar cada vez mais rápido, mas para isso precisa abrir mão de itens mais complexos”, avalia.