CADE aprova sem restrições a transação e portfólio da gigante americana dá um salto expressivo
A Kraft Heinz Company (Nasdaq: KHC) (“Kraft Heinz”), proprietária das marcas Heinz e Quero no Brasil, anunciou que concluiu a aquisição de uma participação majoritária na Companhia Hemmer Indústria e Comércio (“Hemmer”), empresa brasileira de alimentos focada em condimentos e molhos, após a transação ter sido aprovada sem restrições pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica do Brasil). O acordo proposto foi anunciado em setembro de 2021 e o CADE foi notificado em novembro de 2021.
A associação com a Hemmer, empresa de 107 anos sediada em Blumenau (Santa Catarina), expandirá a plataforma internacional de Taste Elevation da Kraft Heinz, com foco em condimentos e molhos, e apoiará a estratégia da companhia de aumentar sua presença em mercados emergentes.
A aquisição visa a acelerar o crescimento de ambas as empresas, cujas marcas e portfólios são complementares. A Hemmer se beneficiará da rede de distribuição da Kraft Heinz e do modelo go-to-market no Brasil, incluindo o crescente canal de Food Service.
“Este é um movimento importante para nossa estratégia de crescimento internacional, que está focada em Taste Elevation: nosso portfólio de produtos deliciosos e de alta qualidade que realçam o sabor dos alimentos”, diz Rafael Oliveira, Vice-Presidente Executivo e Presidente de Mercados Internacionais da Kraft Heinz.
Novo fôlego
“Estamos muito entusiasmados com a conclusão da transação, que reforça o plano da Kraft Heinz de se tornar um dos maiores players de alimentos do país, ampliando nossa oferta para nossos consumidores”, disse Fernando Rosa, presidente da Kraft Heinz para o Brasil. “A união representa uma enorme oportunidade de crescimento para as duas empresas, ambas construídas sobre os pilares de tradição, inovação, qualidade, ingredientes superiores e sabor.”
“A partir de agora podemos montar nossa estratégia para atuar em novos segmentos e ampliar ainda mais nossa atuação no Brasil”, diz o presidente da Kraft Heinz no país, Fernando Rosa. “A companhia tem uma dependência grande dos Estados Unidos, que é um mercado de taxas de crescimento mais tímidas do que nos mercados emergentes, até por Kraft Heinz já ser a terceira maior por lá. Então, nesse contexto o Brasil ganha relevância”, completa Rosa.
Juntas, Kraft Heinz e Hemmer alcançam uma receita líquida superior a R$ 1,5 bilhão — tomando por base os dados de 2020, quando a empresa de Blumenau reportou R$ 374,4 milhões em vendas. Também em 2020, o lucro líquido da catarinense passou de R$ 10,6 milhões para R$ 24,6 milhões.
Com a integração, a Kraft Heinz passa a ter quatro fábricas no país e cerca de 3 mil funcionários. Um dos principais ganhos da junção, segundo Rosa, é o aumento do portfólio, que passa de 170 skus (itens do catálogo) para beirar os 400.
“O portfólio da Hemmer é muito rico, tem até mais SKUs do que a própria Kfrat Heinz. Vai nos permitir atender novos públicos. Vamos aprender muito com novas categorias. Conservas, por exemplo, nós nem imaginávamos o tamanho”, diz. A Hemmer tem até mesmo cervejas artesanais.
Esse tamanho maior de portfólio é uma das apostas de Rosa para lidar com o período de consumo enfraquecido e inflação galopante. “Grande oportunidade esse momento da empresa para acessar novos consumidores, jogar em mais categorias e compensar queda em algumas das categorias que já atuávamos”, argumenta.
Durante o período mais crítico da pandemia, a companhia viu os volumes de vendas serem puxados no consumo dentro do lar, mas serem bastante impactados pelas restrições a funcionamentos de bares e restaurantes.
Agora, é esse segmento que cresce e coloca os patamares de volumes de volta ao período anterior à covid-19. “Por isso é importante ser estratégico. Optamos por repasses mais graduais e não estamos vendo queda relevante de volume. Estamos preservando market share.”
Fonte: Cia e Valor