A estimativa é que o segmento fature US$ 173,2 bilhões em 2023; no Brasil, consumidores preferem sucos de frutas naturais
Projeções do Business Research Company, consultoria de inteligência e pesquisa de mercado, apontam que as vendas de bebidas funcionais à base de frutas cheguem a US$ 173,2 bilhões. Somente em 2021, a consultoria constatou que bebidas e alimentos funcionais movimentaram US$ 130,5 bilhões no mundo. Já a pesquisa brasileira realizada pela Tetra Pak, empresa de embalagens para alimentos e bebidas, mostra que a demanda por produtos funcionais também é crescente por aqui. Mais da metade (58%) dos entrevistados aumentou o consumo de produtos que reforçam o sistema imunológico, outros 39% desejam fazer isso. E quase 60% manterão o volume de compra de produtos funcionais. Os dados refletem o comportamento de consumo observado durante a pandemia.
As bebidas funcionais se destacam. De acordo com o mesmo estudo, 50% dos brasileiros preferem os sucos; 37% os produtos lácteos fermentados e 31% as bebidas lácteas com alto valor de proteína, vitaminas e/ou cálcio. Para esses consumidores, o produto ideal para a sua saúde e imunidade deve ser rico em vitaminas e outros nutrientes (como fibras, zinco etc.), ser benéfico para a saúde e possuir clareza em suas informações no rótulo da embalagem. Além disso, é preferível que não contenha (ou em pouca quantidade) sal, açúcar e adoçantes.
Produção sustentável
Grande parte da cadeia de fornecimento, de acordo com Lima, já está bem estabelecida e outras em processo de formação. Isso porque a diversidade de plantas e frutos amazônicos é imensa e sempre é possível incluir algo no portfólio da empresa. “O açaí, por exemplo, tem cooperativas onde várias famílias se reúnem para colher e enviar o produto para uma agroindústria que faz o pré-processamento e nós compramos dela uma polpa específica para nosso produto”, explica Emerson Silva Lima, fundador da Terramazonia, empresa especializada na fabricação de alimentos e bebidas funcionais com insumos extraídos da Floresta Amazônica..
Isso acontece também com o guaraná, a castanha. “Já com os mais novos, como o cubiu, temos que incentivar a produção”, diz Lima. “O Amazonas – não tenho números definitivos por falta de estudos, mas não coletamos nem 50% desses insumos. Muita coisa fica na natureza por falta de demanda”, garante.
Lima afirma que existe a possibilidade de um aumento grande de produção. “Depende apenas da demanda. No Amazonas, mesmo tendo uma cadeia estabelecida, a quantidade coletada é apenas uma parte. Também existem agroindústrias que nós nem chegamos ainda neles por não haver necessidade.”
“Nós ainda estamos trabalhando nas comunidades, nas pequenas cooperativas. Mas se surgir uma encomenda de 200 toneladas de açaí, por exemplo, vamos bater na porta de uma agroindústria grande e, com certeza, conseguiríamos esse volume”, enfatiza o empresário. “Nossa empresa veio exatamente para criar essa demanda. Fazer com que mais pessoas estejam na floresta coletando, trabalhando e preservando a mata. E, lógico, ganhando seu sustento e da família”.