Pesquisa realizada pela Horus apresenta um crescimento no consumo e uma mudança nos hábitos do consumidor no último semestre deste ano

Com a economia dando sinais positivos, o cenário indica pontos favoráveis ao consumo. Na semana passada, publicamos a pesquisa realizada pela ABRAS, Consumo nos Lares, que apontou um crescimento no consumo. Para entender este crescimento, o setor supermercadista precisa saber como e o que o consumidor está buscando, e quais os canais mais afetados e os que mais crescem para entender o seu comportamento de consumo.

Em uma recente pesquisa realizada pela Horus Inteligência de Mercado, mostrou que o shopper está consumindo mais e levando mais itens. Segundo os dados publicados pelo instituto de pesquisa, o tíquete médio aumentou 5,2% na variação 2023 vs 2022, e que a média de itens subiu 3,8%. Os gastos em geral foram em: comida industrializada, bebidas não alcóolicas, hortifruti, limpeza, higiene e beleza, carnes e aves e bebidas alcóolicas. Isto mostra a economia em recuperação, com preços em quedas e carrinhos mais cheios.

O interessante foi o destaque para o canal de vizinhança, enquanto cash & carry manteve-se em crescimento. A média de itens que o shopper do atacarejo levava em 2022 era de 17,3 e subiu para 29,3, neste último semestre de 2023. No canal de vizinhança, o aumento também foi significativo de 4,5 (2022) para 7 (2023).

O atacarejo continuou como o canal preferencial para abastecimento. É um canal que cresce de forma orgânica, com lojas sendo inauguradas de forma mais acelerada. Segundo dados da pesquisa, os shoppers estão mais propensos a realizarem compras em novas lojas de atacarejo – lojas com menos de 1 ano de existência, apesar de comprarem menos, como 4 itens por compra, sendo R$ 25,00 a menos do que em um atacarejo com mais de 1 ano.

Outro dado interessante apresentado foi a preferência dos shoppers por embalagens menores, mesmo no canal atacarejo. Por exemplo, embalagens de 1kg de arroz estão em crescimento, enquanto as de 5kg estão deixando de serem colocadas nos carrinhos. Para Luiza Zacharias, diretora de novos negócios da Horus, “as mudanças no comportamento do consumidor está gerando impacto na oferta dos produtos. Vimos que embalagens menores estão ganhando importância no atacarejo, subvertendo a lógica desse formato de loja, conhecido por oferecer uma proposta de menor preço para compras em quantidades maiores. Além disso, a competição nas gôndolas no Atacarejo se intensificou com o aumento na quantidade de marcas ofertadas em 80% das categorias, elevando a média de 15, em 2022, para 19 marcas por categoria, em 2023, com um destaque na penetração de marcas de preços mais altos.”

Um detalhe importante é que as compras de abastecimento fazem parte de 44% da importância do faturamento, em relação as demais missões de compra, mas as compras emergenciais ganharam destaque no último semestre. Uma explicação para a incidência deste tipo de compra está no perfil das lojas de atacarejo que oferecem um mix mais variado de produtos e embalagens menores, o que atrai o consumidor. Outra explicação, é que o cliente busca por conveniência e proximidade.

A pesquisa finaliza dizendo que os canais diferentes atendem propostas diferentes: atacarejo é o canal para quem busca economia, hiper e super, são para os consumidores que preferem opções variadas, enquanto a vizinhança é para uma compra de conveniência.