Categoria registrou crescimento de 71.7% nas vendas online – e a tendência de alta continua
A venda de alimentos e bebidas nas plataformas digitais registrou um aumento de 71,7% em 2022, segundo relatório da NielsenIQ|EBIT Este desempenho é amplamente superior aos outros segmentos, com o segundo colocado sendo o de perfumaria e cosméticos, que cresceu 21,2%. Em seguida estão pet shops, eletrônicos e casa e decoração 一 com aumentos, respectivamente, de 16,3%, 10,5% e 9,6%.
Segundo Marcelo Osanai, Head de E-Commerce da e-Nielsen|Ebit, o reaquecimento do consumo em múltiplos canais foi um fator importante para o setor alimentício apresentar estes números. “Consumimos alimentos e bebidas de forma omnichannel há muito tempo, mas sempre há o que aperfeiçoar. Afinal, o consumidor não é único, mas múltiplo, com uma infinidade de desejos”, explica.
Apesar do ticket médio ter caído 7,5% em 2022, o número de pedidos aumentou 7,9%. Além disso, o setor teve uma alta de 20,1% nos novos consumidores. Para Osnai, trata-se de um ano estável e que manteve os níveis de crescimento de 2021. Segundo ele, 49% dos varejistas apontam que o aumento no custo de vida impactaram os gastos do comércio digital.
98,2% das compras alimentícias não são feitas no e-commerce
Segundo a NielsenIQ Ebit, o varejo de alimentos e bebidas se tornou atrativo ao consumidor por oferecer maior comodidade. Para 65% dos clientes, não precisar sair de casa para comprar é o principal motivo para optarem pelos E-Commerces. Economia de tempo e entrega rápida são outros benefícios, apontatos por 47% e 42%, respectivamente.
Outro dado levantado pelo estudo é o crescimento dos marketplaces como opção para pequenos e médios negócios. Estas plataformas devem representar 3% das vendas online até 2025. “Pequenas empresas aproveitam o volume de tráfego que é muito alto nos marketplaces”, explica Rodrigo Cardoso, CEO da LAB2U. Para ele, a logística, maior escala para vendas e a segurança oferecidas pelo modelo estão entre os principais fatores para o crescimento destas plataformas.
Apesar do ótimo desempenho, o consumo de bens alimentícios através das plataformas digitais representa apenas 0,8% do investimento total em comida. Para Osnai, no entanto, não é algo negativo. “Isso mostra o tamanho da oportunidade de desenvolvimento que esse segmento ainda tem a crescer”, conta.
Principais tendências do e-commerce de comidas e bebidas
Para o varejista que faz vendas no e-commerce ou pretende começar, observar as diferenças de vendas de itens específicos é central para o negócio. Por exemplo, barras de cereais tiveram um aumento de 39,72% nas vendas presenciais, enquanto o crescimento foi de 86,40% nos digitais.
As bebidas, inclusive, são um grande destaque dos E-Commerces. Vinhos, Whisky e Gim são apontadas por Osnai como de grande potencial de retorno financeiro. A exceção é a vodka, que teve alta de 7% nas vendas em plataformas digitais e 34% nas presenciais.
Outro ponto importante é aproveitar datas sazonais para escolher os canais de venda. Na Black Friday, os E-Commerces registram crescimento de 13% nas vendas contra alta de 8,6% no offline. “É o mesmo consumidor, e existem sinergias. Mas temos que ter em mente que é preciso utilizar estratégias diferentes para cada canal”, explica Osnai.
Já os clubes de assinatura se manterão firmes no mercado. Movimentando R$ 1 bilhão por ano, o segmento oferece uma curadoria de produtos para os membros 一 que pagarão pela assinatura e comodidade. Assim, é uma forma de adquirir vinhos online ou outros itens como queijos, carnes e até doces.
Já o grocery é, segundo Osnai, um segmento tradicional e com grande potencial de crescimento. “Não sei se será em 2 ou 15 anos que isso será atingido. Na Coreia do Sul, por exemplo, o segmento de beauty era de apenas 15% em 2010. Em 2020, ele já representava 80%”, compara. Para ele, a comparação com os meios tradicionais é inevitável. “O que eu posso adiantar é que há muitos consumidores que não são atingidos pelo digital neste segmento, assim como diversas oportunidades a serem exploradas”, encerra.