Por Renato Müller
A criminalidade no varejo é um dos grandes pontos de preocupação dos gestores do setor. Segundo um estudo realizado pela National Retail Federation (NRF), os incidentes de furtos e roubos aumentaram 93% entre 2019 e 2023, com um aumento de 90% no prejuízo financeiro causado por esse tipo de ação.
Mais do que a perda financeira, a violência se tornou uma questão essencial, pois afasta colaboradores e reforça a dificuldade em reduzir o déficit de mão de obra qualificada no varejo. Segundo o estudo da NRF, 73% dos varejistas entrevistados disseram que criminosos se mostraram mais violentos em suas ações no último ano.
Para tentar coibir ao menos os casos de agressão contra os colaboradores, o Walmart está testando o uso de câmeras portáteis instaladas nos uniformes em um projeto-piloto em uma loja em Denton, no Texas. Segundo a empresa, o objetivo não é tanto evitar furtos, mas sim proteger os colaboradores de ações agressivas de criminosos.
Um memorando interno, chamado “Providing great customer service while creating a safer environment”, pede para que os colaboradores gravem interações com os clientes e não usem o sistema nos momentos de descanso ou ao usar os banheiros. Quando um incidente ocorre, os colaboradores devem discuti-lo com um par, que irá ajudar a cadastrar o evento em um aplicativo interno.
O Walmart não é pioneiro no uso de câmeras corporais nas lojas: o grupo TJX, dono das redes TJ Maxx, Marshall’s e HomeGoods, adotou a tecnologia no início de 2024 e disse que, ao longo do ano, o sistema trouxe resultados palpáveis na redução de furtos e perdas operacionais.