As operações de atacado (B2B), com a bandeira Armazéns Mateus, e de atacarejo, com as lojas Mix Mateus, foram os destaques nos resultados da companhia divulgados na última segunda-feira (11), logo após o fechamento do mercado. No documento oficial, o grupo destaca que “a venda bruta foi impulsionada principalmente pelo aumento na venda do atacarejo e do atacado (B2B) que expandiram 26,0% e 31,5% respectivamente, em comparação com o terceiro trimestre de 2023”.
O Grupo Mateus é a terceira maior empresa de varejo alimentar do País, segundo o Ranking ABRAS 2024, com operações no varejo de supermercados, atacarejo, atacado, móveis e eletrodomésticos, e-commerce, indústria de panificação e central de fatiamento e porcionamento.
Em relação à expansão, no terceiro trimestre deste ano, houve a abertura de quatro atacarejos nos estados do Maranhão (Barreirinhas), do Ceará (Caucaia), da Paraíba (João Pessoa) e de Pernambuco (Caruaru). No acumulado do ano, foram inauguradas 12 lojas: oito atacarejos, três varejos e um eletro. Por sua vez, nos últimos 12 meses, foram abertas 24 unidades, o que representou um crescimento de 16,4% da área de vendas, em comparação ao terceiro trimestre de 2023. Com isso, a empresa encerrou o terceiro trimestre deste ano com 164 lojas de varejo alimentar, por meio das bandeiras Mix Mateus (88), Camiño Supermercados (34) e Mateus (42), além de 104 de eletro (Eletro Mateus).
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Nordeste
No balanço, a companhia detalhou que deu início à expansão para o Nordeste, alinhada ao seu planejamento estratégico de fomentar a consolidação e o adensamento de rotas. Nesse contexto, começaram as operações no Ceará, na Bahia, na Paraíba, em Alagoas, em Pernambuco e em Sergipe.
Até o fim de setembro, 46 estabelecimentos já estavam em funcionamento em capitais ou grandes cidades desses seis estados, sendo que 27 deles em operação há mais de 13 meses. No terceiro trimestre deste ano, o parque de lojas abertas há mais de 13 meses na nova regional representou 16,5% do total de unidades de varejo alimentar, das quais 17 estão em operação há mais de um ano (de 13 a 23 meses), oito há mais de dois anos (de 24 e 35 meses) e duas com mais de três anos (mais de 36 meses).
No trimestre, aproximadamente 96% dessas lojas apresentaram expansão de margem bruta em relação a igual período do terceiro trimestre de 2023, mostrando a força da proposta de valor do Mateus em mercados mais competitivos e aderência à curva de maturação esperada.
Confira, a seguir, o desempenho das vendas por negócio:
Receita bruta de mercadorias consolidada
A receita bruta do terceiro trimestre de 2024 aumentou 20,8% e atingiu R$ 9,4 bilhões. Esse desempenho é resultado da abertura de 24 lojas nos últimos 12 meses e do crescimento de 7,7% de vendas nas mesmas lojas (SSS), que expandiu 2,9 p.p. versus o segundo trimestre de 2024.
Vale destacar que a venda bruta foi impulsionada principalmente pelo aumento na venda do atacarejo e do atacado (B2B) que expandiram 26,0% e 31,5% respectivamente, em comparação com o terceiro trimestre de 2023. No acumulado do ano, a receita bruta cresceu 22,3% e totalizou R$ 26,5 bilhões, com uma performance de mesmas lojas de +7,3%.
Receita bruta de mercadorias atacado (B2B)
Durante o terceiro trimestre de 2024, a receita bruta do atacado (B2B) atingiu R$ 1,6 bilhão, o que representou um avanço de 31,5% versus o terceiro trimestre de 2023. O segmento representou 17,2% da receita do grupo no período.
A continuidade do bom ritmo de crescimento é resultado, principalmente, do aumento 20,8% no número de representantes comerciais da companhia da inauguração de quatro centros de distribuição (CDs) ao longo do segundo semestre de 2023. Isso resultou na abertura de 79 rotas nos últimos 12 meses, além da boa performance da campanha de aniversário realizada no trimestre. A receita do segmento foi de R$ 4,6 bilhões, de janeiro a setembro este ano, 30,1% a mais que o verificado em igual período do ano anterior.
Receita bruta de mercadorias atacarejo
No terceiro trimestre de 2024, a receita bruta do atacarejo atingiu R$ 5,3 bilhões, um crescimento de 26,0%, frente a igual período de 2023. O segmento representou 56,2% da receita bruta. O desempenho do atacarejo deve-se, principalmente, à inauguração de 19 lojas do formato nos últimos 12 meses e pelo crescimento em mesmas lojas de 5,4% no trimestre, refletindo a boa performance da campanha de aniversário do grupo realizada nos meses de agosto e setembro. No acumulado do ano, a receita bruta cresceu 26,8% e totalizou R$ 14,8 bilhões, com uma performance de mesmas lojas de +4,8%.
Receita bruta de mercadorias varejo
A receita bruta do segmento de varejo, que inclui supermercados, hipermercados e lojas de vizinhança, alcançou R$ 2,2 bilhões, 5,7% a mais que o apurado no terceiro trimestre de 2023, e representou 22,9% da receita do grupo, de julho a setembro deste ano. As vendas de hiper/super e de Camiño tiveram um crescimento de 9,6% e 4,1% no período, respectivamente. Mesmo sem abertura de novas lojas desde o primeiro trimestre de 2022, o formato Camiño continuou a apresentar um desempenho positivo de mesmas lojas, cujo crescimento foi de 4,1%.
Nos últimos 12 meses, foram inauguradas quatro unidades de supermercado, as quais contribuíram para a performance do segmento. O SSS das lojas de hiper/super foi de 2,4% no trimestre. O crescimento de vendas mesmas lojas do varejo também foi beneficiado pela campanha de aniversário. De janeiro a setembro deste ano, a receita do varejo foi de R$ 6,3 bilhões, o que representou um aumento de 10,1%. O desempenho do SSS no período foi de 4,4%.
Receita bruta de mercadorias eletro
O segmento de eetro registrou uma receita bruta de R$ 336,8 milhões no terceiro trimestre de 2024, com um crescimento de 6,4%, tendo representado 3,6% das vendas do grupo no trimestre. Já a base de vendas nas mesmas lojas teve um aumento de 4,2%, mesmo com a base de comparação forte de 7,0% no terceiro trimestre de 2023. De janeiro a setembro deste ano, a receita bruta do eletro teve um aumento de 8,1% e totalizou R$ 913,1 milhões. No critério de mesmas lojas, o crescimento foi de 5,9%.
Performance geral
No terceiro trimestre de 2024, o Grupo Mateus registrou lucro líquido de R$ 379,2 milhões, uma variação positiva de 20,9% frente a igual período do ano anterior. O resultado foi influenciado pela melhoria do Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e pelo redesenho do planejamento tributário da companhia.
O Ebitda, pós IFRS 16 e excluindo efeitos extraordinários, atingiu R$ 684,5 milhões, um aumento de 33,5% em comparação ao terceiro trimestre de 2023. Tal desempenho reflete o crescimento de vendas, a expansão da margem bruta e a diluição das despesas no trimestre, além da exclusão dos efeitos extraordinários. A margem Ebitda foi de 8,2%, uma variação de 0,8 pontos percentuais, refletindo a expansão das margens devido ao controle de custos e aumento de preços.
Contudo, no terceiro trimestre de 2024, o Grupo Mateus registrou um resultado financeiro negativo de R$ 149,8 milhões, ante perdas de R$ 100,048 milhões de um ano antes, uma piora de 49,8%.
A receita líquida no terceiro trimestre foi de R$ 8,337 bilhões, representando um crescimento de 20,2% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O aumento da receita foi impulsionado pela abertura de 24 lojas nos últimos 12 meses e pelo crescimento de 7,7% nas vendas nas mesmas lojas (SSS). Um ano antes, o SSS havia subido 4,3%. Em relação aos custos, as despesas operacionais totalizaram R$ 1,209 bilhões, uma variação positiva de 15,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A dívida líquida foi de R$ 1,109 bilhão em setembro de 2024, uma variação positiva em comparação aos R$ 661,0 milhões no mesmo período do ano anterior. O índice de alavancagem, expresso pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado dos últimos 12 meses, foi de 0,56x, ante 0,44x, de um ano antes, refletindo o aumento no endividamento devido ao maior investimento em estoque
Durante o terceiro trimestre de 2024, a companhia investiu R$ 244,5 milhões em ativos fixos, uma queda de 35,1% ante igual período do ano passado. Essa redução é resultado do menor investimento em novas lojas, reflexo do menor número de unidades inauguradas, de julho a setembro deste ano, (quatro estabelecimentos) versus igual período de 2023 (sete unidades).
Com informações do InfoMoney