Terceira edição da Live Supermeeting ABRAS reuniu a Ambev e mais três supermercadistas para discutirem os rumos da cooperação
Aconteceu nesta terça-feira (8) a 3ª Live Supermeeting ABRAS, que foi transmitida pelo canal da entidade no Youtube. Mais de dois mil pessoas acompanharam, durante uma hora e meia, o debate sobre o tema Colaboração e competitividade – Geração de valor é o nome do jogo. Celso Furtado, vice-presidente de negócios e marketing da ABRAS, deu às boas-vindas aos convidados e ao público no evento patrocinado pela Ambev.
Ana Fioratti, diretora regional América Latina e diretora geral Brasil Advantage Group International, foi a moderadora da conversa ocorrida entre os supermercadistas José Sarrassini, diretor comercial e logística dos Supermercados Savegnago; Maria de Fátima, diretora presidente do Quartetto Supermercados e Marcos Pessanha, diretor comercial Big Box Supermercados e Ultrabox Atacado e Varejo. Fábio Martini, diretor comercial off trade Ambev, também trouxe importantes considerações para o bate papo.
Ana Fioratti começou a sua fala ressaltando a sua paixão pelo tema escolhido para essa Live. Ela pontuou que agora, mais do que nunca, “é uma missão quase impossível trabalhar sem a ampla colaboração entre todos os interessados”. De acordo com a executiva, é muito importante que colaboração seja vista como processo contínuo, de revisão constante, adequação de objetivos e métricas, ou seja, de uma maneira estratégica pelas empresas.
Há 10 anos, a Advantage realiza no Brasil o ranking anual de colaboração entre varejo e indústria e Fioratti afirmou que observa uma evolução constante da gestão colaborativa. “Ela tem sido colocada como uma importante ferramenta de diferenciação e vantagem competitiva. Na nossa visão é impossível chegar a resultados consistentes sem um trabalho feito a quatro mãos”, complementa.
Logo após apresentar alguns dados de performance do varejo e da indústria na pesquisa realizada em 2020, que serão publicados na matéria completa na próxima edição da SuperHiper, Ana perguntou ao Fábio Martini, da Ambev, sobre os pilares que fazem, de fato, a colaboração funcionar, principalmente em um período de pandemia.
O diretor da Ambev logo avisou que não existe receita de bolo, mas que um dos principais pilares, sem dúvida, é a confiança. Segundo Martini, ela não é construía do dia para noite e sim ao longo do tempo. “A confiança dos lados só conseguimos gerar com proximidade. Imaginamos que a pandemia pudesse nos afastar demais pela distância física. E a surpresa foi que nos aproximou mais”, disse o executivo. Ele ainda compartilhou que as reuniões têm sido mais frequentes, com mais gente do time participando e interações até mais produtivas do que antes. A vontade genuína de entender o outro lado foi outro pilar apontado por Martini para completar sua resposta. Como bons exemplos, ele citou a construção de JBP (Joint Business Planner) junto com o varejista e a importância de equipes preparadas para conduzir o negócio.
Para Marcos Pessanha, do Big Box, Ana Fioratti questionou sobre a visão dele em relação a jornada de colaboração com a indústria. O diretor comercial da varejista brasiliense afirmou que precisou “reconstruir todo o nosso negócio” por causa da pandemia, “uma situação tão calamitosa, difícil de encarar”. “Como a gente vai prever o que o cliente quer amanhã porque o amanhã não é daqui a um ano, é no próximo mês?”, indagou o supermercadista. Imediatamente, ele mesmo respondeu que “o cliente é multicanal e precisamos entendê-lo junto com a indústria. Temos um aprendizado múltiplo e uma inteligência coletiva com a indústria. Varejo e indústria é uma relação de união”, afirmou Pessanha.
Na sequência, Ana Fioratti reformou que “a colaboração não pode existir se, de fato, não tiver resultado para ambos os lados”. Ela convidou José Sarrassini, do Savegnago, para compartilhar as vitórias e também as dificuldades do trabalho em conjunto com a indústria. No Ranking Advantage de 2020, a rede paulista conquistou o primeiro lugar como melhor varejista avaliada pela indústria.
Segundo Sarrassini, a relação entre varejo e indústria se desenvolveu muito nos últimos anos. Ele afirmou que tanto um quanto outro buscaram caminhos e “fugiram daquela negociação de final de mês onde somente o comercial dominava os negócios, era só volume, era só preço”. O executivo complementou sua opinião dizendo que ambos os lados faziam uma grande negociação que comprometia caixa, logística e espaço físico. O diretor do Savegnago revela que a colaboração planejada levou ambos os lados para o ganha-ganha.
Os estudos da Advantage apontam, segundo Ana Fioratti, que as empresas regionais têm um pouco mais de dificuldade porque estão fora do eixo Rio-São Paulo. Para a convidada Maria de Fátima, diretora presidente do Quartetto Supermercados, ela perguntou qual é a grande oportunidade que a indústria tem para trabalhar melhor com o varejo regional.
Maria de Fátima admite que sente essa falta da proximidade com a indústria. “Não tem como negar que é diferente porque aqui no Tocantins, a gente tem uma certa dificuldade, às vezes, até mesmo de abastecimento, devido a distante”. Porém, a supermercadista faz questão de falar que mesmo diante dos problemas, o Quartetto tem em seu DNA o trabalho colaborativo. Ela comentou que está próxima de seus fornecedores, mesmo sendo eles distribuidores locais. “Mas queremos nos aproximar da indústria e negociar diretamente com ela. Mesmo com a vinda das grandes varejistas nacionais para cá, o nosso varejo regional continua crescendo e acho que tem espaço para todos”, deu o recado.
Processos, JBP, equipes preparadas, estratégias de negócios e outros assuntos com foco na colaboração e competitividade ainda foram abordados pelos varejistas e a Ambev durante o encontro. Para saber mais informações deste evento, confira matéria completa na próxima edição da revista SuperHiper.