Sistemas autônomos vêm sendo testados e mais de US$ 8 bilhões foram investidos em startups, mas resultados ainda são modestos
Embora o mercado de carros (e caminhões) autônomos esteja atraindo mais atenção da mídia e das empresas, essa ainda é uma solução de longo prazo para aumentar a eficiência da distribuição de alimentos. Enquanto isso, muitas empresas do varejo americano estão investindo pesado em robôs de entrega para a última milha da logística.
O grande “X” da questão é que a última fase da logística é a mais cara para o varejo – e a mais impactante para os consumidores. Por isso, diversas startups e gigantes online estão investindo em soluções autônomas de entrega, testando o delivery em universidades e em bairros de várias cidades.
Para que se tenha uma ideia do quanto essa é um ponto relevante no varejo americano, nos últimos dois anos foram investidos mais de US$ 8 bilhões em startups de veículos autônomos e drones. Empresas como Starship Technologies, Nuro, Kiwibot e Cyan Robotics vêm comprando briga com nomes poderosos, como Amazon e FedEx. A pioneira é a Starship, que, desde 2014, realizou mais de 3 milhões de entregas autônomas em vários países, com foco no delivery de pequenos pacotes (até 10kg) em áreas universitárias. Já a Nuro, fundada em 2016, foi a primeira a ser homologada pela autoridade de trânsito americana para o transporte de cargas: seus veículos carregam até 250kg em temperatura controlada (há versões com aquecimento e com refrigeração de produtos) e compartimentos customizados. Entre seus parceiros estão Domino’s, Kroger, Walmart e 7-Eleven, que testam seus veículos no Texas, Arizona e Califórnia.
No mundo das grandes empresas de logística, a FedEx vem testando o delivery autônomo com seu robô Roxo, um veículo sobre rodas de 1,60m de altura que carrega até 50kg de produtos e foi projetado para andar tanto em calçadas quanto próximo às calçadas nas ruas. Seu sistema consegue detectar movimento a até 50m de distância.
Já na Amazon, a entrega por drones, anunciada com destaque há alguns anos, está em um limbo – os robôs de delivery, por sua vez, estão ganhando relevância. A empresa lançou o Scout, seu robô de entrega, há três anos e meio, e recentemente inaugurou uma fábrica em Helsinque, na Finlândia, para acelerar o desenvolvimento da tecnologia. O sistema funcionou bem em testes no mercado americano.
Embora nenhuma dessas iniciativas ainda seja capaz de substituir o trabalho humano de entrega, existe muito dinheiro sendo colocado nesse mercado para fazer com que algo aconteça rapidamente.