Supermercado criado para empregar a família, conta hoje com 12 mil funcionários e 60 lojas; perspectiva para os próximos anos é ainda mais positiva
Há 50 anos, Aparecido Savegnago fundou a rede que leva seu sobrenome com o objetivo de empregar os filhos. Isso porque, até então, atuava com o beneficiamento de grãos de arroz, no momento em que o comércio de arroz agulhinha estava em franca expansão.
Preocupado com fim do negócio e como poderia encontrar outro no qual toda família pudesse trabalhar junta, decidiu comprar uma loja de supermercado de 300 metros quadrados, em Sertãozinho, no interior do Estado de São Paulo. Era o começo do que hoje é a maior rede de supermercados do interior paulista e a 15 ª do País, em faturamento, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Um negócio que nasceu para garantir trabalho aos filhos e descendentes, atualmente tem 12 mil empregados, faturou no ano passado R$ 5,5 bilhões, com 60 lojas.
E os planos para os próximos anos são arrojados: a rede pretende vender R$ 10 bilhões por ano até 2026, chegar à marca de 85 lojas – sendo 68 com a bandeira Savegnago e 17 do atacarejo Paulistão. Os 12 mil funcionários devem pular para 15,5 mil em quatro anos.
O comprometimento dos funcionários passa pela busca de resultados. A rede varejista distribui de 20% a 25% do lucro para os empregados. Normalmente, outras companhias não passam de 15%, observa. A receita, na sua opinião, é simples para comprometer os trabalhadores. “Se você entrega para os funcionários um prêmio, você tem a recompensa, que é a dedicação e o esforço deles”, afirma Chalim Savegnago, presidente-executivo da rede.
Ele cita outros dois pontos, aprendidos no dia a dia, e seguidos por ele na gestão da empresa. “Primeiro faço a coisa dar certo e, se der, com certeza vai dar dinheiro.” O outro ponto é sempre se colocar no lugar do outro e não fazer para ninguém o que você não gostaria que fizesse com você. Como exemplo, ele cita deixar um fornecedor esperando duas hora para ser atendido. “Se conduzir o dia a dia com respeito pelo ser humano, não tem jeito de dar errado”.
Capital ainda não está nos planos de expansão
Chegar a cidade de São Paulo não está nos planos da líder do interior neste momento. A empresa, que começou em Sertãozinho, expandiu por etapas. Primeiro cresceu na região de Ribeirão Preto, pelas cidades vizinhas de Franca, Barretos, Bebedouro, por exemplo.
Depois a companhia foi para a região central do Estado, nos municípios de São Carlos, Araraquara, Rio Claro, Leme, Araras, Matão. Em abril de 2020, no início da pandemia, desembarcou em Campinas e cresceu para cidades ao redor, como Limeira, Piracicaba e Sumaré. No plano da companhia, antes de chegar à capital paulista, a rede tem de fincar bandeira em Jundiaí e região.
“O nosso foco é dominar o interior de São Paulo”, diz Chalim. Ele destaca que o formato de loja de atacarejo, mistura de atacado com varejo, da bandeira Paulistão, recentemente adquirida, é uma das prioridades da empresa. Tanto é que o atacarejo será responsável por quase o dobro da abertura de lojas, em relação ao formato supermercado, prevista até 2026.
O empresário não revela quanto irá gastar na expansão da rede em quatro anos. Até hoje, a companhia cresceu reinvestindo os recursos da própria empresa e segundo Chalim, hoje não deve nada a bancos.
Familiar e de capital fechado, Chalim diz que a empresa não tem interesse em ir à Bolsa. Hoje muitos investidores batem à porta querendo ser sócios. “Eu precisava de sócio quando tinha uma loja só, agora eu não preciso”, finaliza.
Com informações do Estado de S.Paulo