No Dia do Detento, Grupo ressaltou a importância do programa na ressocialização e recolocação de presos no mercado de trabalho
No Brasil, mais de 820 mil pessoas estão encarceradas, de acordo com o último levantamento do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). O número leva a refletir sobre as causas e critérios que levam ao encarceramento em massa, bem como sobre a situação e condições da população carcerária brasileira, tanto durante o cumprimento de penas quanto após o fim destas. Atento a este problema, e buscando contribuir com a reinserção de egressos do sistema prisional na sociedade, o Grupo Pereira criou o Projeto Reeducandos.
A contratação de apenados do regime semiaberto pelo Grupo Pereira teve início no Atacado Bate Forte, em 2014. Desde então, cerca de 500 reeducandos já passaram pela iniciativa, que tem como principal objetivo ajudar na ressocialização e recolocação de detentos em regime semiaberto no mercado de trabalho, promovendo cidadania e, consequentemente, contribuindo com a diminuição da reincidência de crimes.
De acordo com Paulo Silva, diretor de Gente e Gestão no Grupo Pereira, a ação está totalmente atrelada ao propósito da Companhia de ser um bom lugar para passar a vida, transformando as pessoas e o ambiente ao redor. “O projeto provou que há chance de detentos voltarem à sociedade totalmente recuperados. Ficamos muito orgulhosos de oferecer oportunidade de emprego e ressocialização. Começamos a acompanhar as saídas do regime prisional e a avaliar possíveis contratações, o que já resultou em 17 reeducandos contratados no regime CLT, sendo que, destes, três já receberam promoções”.
A iniciativa do Grupo Pereira começou no Mato Grosso do Sul, em parceria com o Conselho da Comunidade. Foi tomando corpo aos poucos e, em 2019, tornou-se um projeto estruturado, com a ampliação para as bandeiras Supermercado Comper e Fort Atacadista. Como uma forma de criar oportunidades, em fevereiro de 2021, foi criada a Central de Manutenção de Carrinhos, espaço onde os reeducandos trabalham na manutenção dos carrinhos de compras das lojas. No ano passado, o projeto chegou ao Distrito Federal, por meio da parceria com a Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso – Funap. Há previsão de expansão do Projeto Reeducandos para as demais regionais (MT, SC e SP).
Novo futuro
Recomeçar e ressignificar. Essas duas palavras se aplicam muito bem à vida de Railson Gomes de Oliveira, que ingressou no projeto em julho de 2022, no Supermercados Comper, no Distrito Federal. “Estou gostando muito desse projeto e da oportunidade que recebi. Estou aprendendo muito nesse trabalho e as pessoas, mesmo sabendo do meu histórico, me respeitam e me ajudam.” Infelizmente, nem todos têm esse mesmo incentivo. “A reinserção efetiva de ex-presidiários na sociedade ainda esbarra em deficiências como a escassez de incentivos educacionais e de oportunidades de trabalho para que eles consigam uma nova perspectiva de ascensão social”, explica Paulo Silva.
Pintando e Revitalizando
O programa Reeducandos transpôs o espaço do GP e ganhou as ruas. A partir dele, nasceu o projeto Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade, no qual os reeducandos ajudam na reforma de escolas públicas. Por ele, 10% dos salários vão para uma conta judicial e destinados à compra de materiais de construção usados na reforma das escolas. Em seis anos, o projeto soma reconhecimento e economia aos cofres públicos que já ultrapassa R$8 milhões, beneficiando 10 mil alunos em 12 escolas. Iniciativas como essas são fundamentais para que os ex-presidiários possam, de fato, garantir seu espaço no mercado de trabalho.
O projeto não para por aí. Com a progressão das penas e a mudança do regime para o de albergue, os presos podem ser contratados pelo regime CLT. Por todo esse trabalho, o Grupo recebeu do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) o selo RESGATA – Selo Nacional de Responsabilidade Social pelo Trabalho no Sistema Prisional – reforçando o trabalho sério junto aos órgãos competentes e sociedade pelo trabalho desenvolvido com os reeducandos.