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Por que o consumo de alimentos orgânicos disparou na pandemia?

De Administrador SH
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Consultoria britânica detalha os novos hábitos dos consumidores e revela quais experiências estão em alta  

Quem passou os dois últimos anos trabalhando de modo remoto viveu uma série de transformações, e uma delas foi na alimentação. Se antes o almoço era um fast-food devorado em 15 minutos, o espaço doméstico trouxe outro ritmo, com mais consciência alimentar e preocupação com a qualidade da nutrição.

É aí que entram os orgânicos, que tiveram um boom no período da pandemia. Saiba mais sobre o assunto e entenda se essa tendência vai continuar.

Aumento no consumo de alimentos orgânicos

Um estudo da Ecovia Intelligence apontou aumento de até 40% no consumo de orgânicos durante a pandemia em diversos locais do mundo. Pelo jeito, a covid-19 reforçou a máxima de que “comer bem é o melhor remédio”.

Isso pode ter sido potencializado porque o coronavírus pegou o mundo de surpresa. Ainda que a vacina tenha sido desenvolvida em período recorde, ela chegou tarde para centenas de milhares de pessoas, então a alimentação foi a aposta de muitos: por um longo período, o autocuidado era a única forma de prevenção.

Uma pesquisa elaborada pela Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis) e pela consultoria Brain reforça a conclusão. A cada quatro pessoas, uma acredita que produtos orgânicos têm melhor qualidade, e 13% dos entrevistados avaliam que o menor uso de defensivos químicos é suficiente para estimular uma mudança de hábitos. Segundo o levantamento, os itens orgânicos mais consumidos são hortifruti (75%), grãos e cereais (22%).

Não só o consumo dos orgânicos cresceu, como sua logística se transformou durante a pandemia. Com a necessidade de se receber alimentos em casa, a cadeia produtiva se encurtou por meio de instrumentos como o Pertim, que organiza a distribuição de itens na Grande São Paulo.

Ambiguidade no crescimento dos orgânicos

Parece não haver dúvida sobre a preferência pelos orgânicos e os benefícios do cultivo agroecológico, mas não são todas as pessoas que conseguem fazer parte desse movimento. Enquanto um setor aproveita a pandemia para aprimorar a qualidade da alimentação, outro estrato disputa restos de ossos em filas enormes. O aprofundamento da desigualdade social explica o fenômeno.

Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), mais de 26 milhões de brasileiros entraram na linha da pobreza durante a pandemia. A inflação e o desemprego são parte do cenário agravado pela covid-19, sobretudo após o fim do Auxílio Emergencial.

O retorno do Brasil ao Mapa da Fome em 2021 também atesta o problema. Esse instrumento das Nações Unidas deixou de ser utilizado em 2014, mas especialistas da área ainda aplicam seus indicadores, por acreditarem que contemplam elementos mais densos na avaliação, como idade e gênero da população.

Esse quadro compõe um arranjo ambíguo: mais pessoas cuidam da qualidade da alimentação enquanto outras lutam para conseguir sobreviver.

Fonte: Summitagro – Estadão

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