Por Renato Müller
O Walmart, maior varejista do mundo, prevê que as tradicionais caixinhas de busca no e-commerce vão se tornar obsoletes. O motivo para isso é o Sparky, agente de compras de Inteligência Artificial lançado pela empresa e projetado para lidar tanto com compras rotineiras de supermercados quanto com pesquisas complexas.
“Acreditamos que a busca do site e a forma convencional de pesquisa de produtos serão substituídas por uma interface multimodal, como o Sparky”, afirma Hari Vasudev, CTO do Walmart US. Falando durante o “Retail Rewired”, um evento de inovação no qual a empresa revelou os próximos capítulos do seu desenvolvimento de Inteligência Artificial, Vasudev disse que o objetivo é fazer com que os consumidores não precisem pesquisar – a IA trará tudo o que o cliente necessite.
O movimento faz parte da estratégia da varejista para a chamada Agentic AI: a Inteligência Artificial que opera por meio de agentes que automatizam tarefas. O framework de agentes de IA do Walmart foi desenvolvido em 4 vertentes: o Sparky para consumidores, o Marty para anunciantes e fornecedores, um Agente Associado para os colaboradores e um Agente Desenvolvedor para o time de tecnologia.
Lançado como um chatbot, o Sparky tem tido seu uso aumentado rapidamente desde que foi colocado em uma posição de destaque no aplicativo de compras. A visão de longo prazo é que a ferramenta se torne um agente de compras 100% autônomo, que crie automaticamente cestas semanais de compras, analise fotos dos clientes para sugerir receitas e guie decisões de compra complexas. Com o uso de IA Generativa, o sistema deverá entender o que o consumidor deseja e, então, orquestrar as ações necessárias para que isso aconteça.
“Você poderá dizer para ele que acabou de mudar para uma nova casa”, disse Vasudev no evento. “Ao informar o orçamento para mobília e as cores que quer usar, o Sparky trará uma seleção completa que ajudará a atender essa necessidade”, acrescentou. Isso representa uma mudança de um modelo de pesquisa baseado em palavras-chave para um sistema de compras com base em tarefas, em que agentes de IA completam fluxos completos em vez de devolver resultados de busca.
O que pode fazer a diferença para o Walmart é a escala de suas operações. Em uma empresa que atende 230 milhões de pessoas por semana, substituir interfaces de busca por agentes de IA não é uma melhoria incremental, e sim uma reconstrução do negócio. “Na trajetória do Walmart, este momento representa uma transformação – de uma empresa apoiada pela IA por uma em que a tecnologia impulsiona o negócio”, afirmou Suresh Kumar, CTO Global do Walmart.
