Por Renato Müller
No mundo pré-pandêmico de 2017, um estudo do Food Marketing Institute (FMI) e da NielsenIQ (NIQ) projetava que as vendas de alimentos no varejo online americano ultrapassaria a marca de US$ 100 bilhões em 2025 e responderiam por 20% das vendas daquele país. A realidade se mostrou muito melhor que as expectativas.
De acordo com o relatório “Digital Engagement Transforms Grocery Shopping”, lançado recentemente, as vendas digitais de alimentos deverão chegar a US$ 388 bilhões em 2027, com uma penetração de mercado de quase 25%. Segundo o estudo, mais de 90% dos americanos entrevistados compram alimentos tanto online quanto em lojas físicas.
Embora hoje as vendas no varejo físico sejam dominantes, com 80% de participação, o crescimento tem sido muito pequeno, enquanto as vendas digitais estão avançando em um ritmo muito mais intenso. A expectativa do estudo é que, nos próximos anos, a expansão média anual das vendas online de alimentos nos EUA fique na casa dos 12%.
O relatório indica oportunidades para supermercadistas impulsionarem suas vendas omnichannel, uma vez que se torna possível alcançar demografias diferentes por meio do digital e do físico. Outra oportunidade é estimular a ida dos consumidores para as lojas por meio de serviços como o “clique e retire”, abrindo a possibilidade de vendas adicionais.
De acordo com o levantamento, os consumidores online de alimentos se concentram nas regiões urbanas e na população jovem, mas essa base vem em expansão. Para eles, o frete representa ainda uma barreira, mas algo menos dramático que há alguns anos.
“Os consumidores estão misturando as experiências online e de loja física de acordo com suas necessidades”, afirma Mark Baum, VP Sênior de Relações Institucionais do FMI. “O engajamento digital não é mais uma estratégia complementar: ela é essencial para o crescimento”, acrescenta Kim Cox, diretora de omnicommerce da NielsenIQ.