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PAT: principais mudanças e como afetam o varejo alimentar

Como o decreto do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) muda o jogo para supermercados. O que sua rede precisa fazer agora

De Redação SuperHiper
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O decreto nº 12.712/2025, assinado no dia 11 de novembro, moderniza o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), com impacto direto para redes de supermercados, padarias, atacadistas e demais pontos de venda que aceitam vale-alimentação e vale-refeição. O foco agora é claro: mais concorrência, transparência e eficiência no sistema.  “Com o novo decreto, teremos mais previsibilidade e menos intermediação, garantindo que o benefício cumpra seu papel: colocar mais comida na mesa do trabalhador”, comentou o presidente da ABRAS, João Galassi, após a assinatura do decreto. 

Para o presidente Lula, “esse decreto é bom para os supermercados, grandes, pequenos e médios. É bom para restaurantes grandes, pequenos e médios. É bom para padarias grandes, pequenas e médias e é bom para quem vende frutas nesse Brasil inteiro. Se é bom para todo mundo, é bom para o trabalhador. E se é bom para o trabalhador e é bom para o Brasil, é bom para todos nós.” Esta visão representa um avanço que beneficiará 22,1 milhões de trabalhadores em todo o país,  oferecendo um ambiente mais justo, seguro e equilibrado para as empresas.

A nova regulamentação amplia a liberdade de escolha dos beneficiários e traz mais transparência, concorrência e segurança jurídica. Para exemplificar melhor, a SuperHiper, com base no texto do decreto, separou as principais mudanças que afetam o varejo alimentar e como ele deve se preparar para se adequar às novas normas. Confira: 

Principais mudanças para o varejo alimentar 

  • As taxas cobradas dos estabelecimentos ficam com limite máximo de 3,6% para a taxa total (MDR) e 2% para a tarifa de intercâmbio.  
  • O prazo de repasse dos valores aos estabelecimentos será reduzido para até 15 dias corridos após cada transação.  
  • Os arranjos de pagamento devem migrar para um modelo aberto: redes com mais de 500 mil usuários terão que liberar credenciamento e emissão por múltiplas instituições em até 180 dias; interoperabilidade plena entre bandeiras em até 360 dias. 
  • Práticas como exclusividade de bandeira/rede para aceitação, cashback ou bonificações vinculadas ao benefício ficam proibidas. O benefício permanece exclusivo para alimentação.
  • O benefício não muda de valor, e para o empregador não há aumento de custo, o foco é operacional.

 O que isso significa para o supermercado 

  • Maior volume de aceitação: novos estabelecimentos poderão credenciar-se com mais facilidade, o que amplia o universo de consumidores usando o voucher no seu caixa. 
  • Melhor fluxo de recebíveis: repasses em até 15 dias melhoram previsão de caixa, reduzem riscos operacionais. 
  • Operadores de benefícios terão que se adequar aos tetos, o que pode abrir margem para negociar condições mais vantajosas. 
  • Concorrência mais intensa: redes menores e novos entrantes poderão ganhar espaço, cabe à sua empresa estar preparada para reter e captar esse uso de benefícios. 
  • Atenção aos contratos vigentes: contratos antigos com condições contrárias aos novos tetos ou cláusulas de exclusividade não poderão ser prorrogados — revisão é urgente. Serviços e Informações do Brasil 

 Recomendações práticas para sua rede 

  • Faça um inventário de todos os contratos com operadoras de vale-alimentação e vale-refeição e valide se cláusulas atuais estão em conformidade com os novos tetos e prazos. 
  • Negocie com seus provedores (cartões, máquinas, credenciadoras) para garantir que sua rede se adeque ao modelo aberto/interoperável.
  • Eduque sua equipe de caixa e vendas sobre o aumento da rede de aceitação, que deverá ocorrer, devido a ampliação de uso de vouchers pelos consumidores no canal do varejo alimentar. 
  • Avalie o mix de produtos do supermercado para captar esse perfil de consumo de benefício (ex: refeições prontas, lanches rápidos, produtos de conveniência) que tende a se expandir. 
  • Prepare-se para monitorar métricas como: número de transações com vale-alimentação e/ou vale-refeição, prazo médio de repasse, taxa efetiva de MDR negociada; essas serão variáveis estratégicas no novo cenário. 

 Veja mais:

Para o varejo alimentar, o decreto que moderniza o PAT representa uma oportunidade estratégica: ampliação de fluxo de beneficiários, melhor previsibilidade financeira e possibilidade de negociar menores custos de aceitação. Porém, exige ação imediata, contratos devem ser revisados, sistemas ajustados e equipe treinada. O importante é sua rede estar preparada para absorver os benefícios desse novo ambiente regulatório.

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