Por Renato Müller
Ano novo, taxa nova – a menos que algo possa ser feito a respeito. Esse é o mindset do varejo de alimentos de Nova York. Em janeiro de 2025, entrará em vigor um plano de cobrar uma taxa extra de veículos que trafeguem no downtown de Manhattan (a região bem na ponta da ilha, próxima a Wall Street, ao local onde ficavam as torres gêmeas e ao Battery Park).
Uma coalizão formada por mais de 100 distribuidores de alimentos, associações setoriais, atacadistas, bancos de alimentos, restaurantes e pequenos negócios, liderada pela Baldor Specialty Foods, busca, aos 45 do segundo tempo, ficar isenta da tarifa. De acordo com o grupo, reduzir os congestionamentos e melhorar a qualidade do ar da cidade são pontos importantes, mas isso não deve acontecer às custas da cadeia de suprimentos de alimentos de Nova York.
Em uma carta enviada à governadora Kathy Hochul há duas semanas, a coalizão revelou suas principais preocupações: mais de 60% dos alimentos de Nova York passam pelo Hunts Point Market, no Bronx, e caminhões são o único método de distribuição viável. A taxa traria um aumento de custos inaceitável para essa operação, prejudicando negócios locais, que teriam que aumentar seus preços, prejudicando especialmente populações vulneráveis.
“A realidade é que 99% dos alimentos servidos e vendidos em Nova York vêm de fora da área restrita pela legislação – e não pode ser transportada de metrô ou ônibus”, afirma Margaret Magnarelli, VP de marketing e comunicações da Baldor. “O impacto da tarifa recairá diretamente no preço dos alimentos na cidade”, afirma.