Por Renato Müller
Em vez de dashboards e sistemas complexos de análise, uma interface de IA Conversacional permite que os colaboradores do varejo façam perguntas e obtenham respostas em linguagem natural. Esse modelo de IA Generativa, que facilita o dia a dia das equipes de loja, é o grande destaque das startups e empresas do pavilhão de inovação da NRF Europe, o “Big Show” do varejo europeu que começou na última terça-feira, 16, em Paris.
“A NRF Europe indica um caminho muito claro para o desenvolvimento da tecnologia para o varejo. Um caminho que simplifica a interface com o ser humano e coloca muito mais informação a serviço dos profissionais”, comenta Igor Paparoto, fundador da Beautiful Brain Retail e especialista em varejo. Ao adotar uma IA que conversa com as equipes, o varejo diminui a necessidade de treinamento específico dos times e acelera a adoção de Inteligência Artificial no negócio. “É uma forma importante de diminuir as barreiras culturais ao uso da tecnologia pelos profissionais”, comenta.
Com quase 500 expositores de 40 países, 100 palestras e 200 palestrantes internacionais, a NRF Europe acontece nesta semana em Paris trazendo lideranças do varejo europeu, debates sobre o futuro do setor e apresentando soluções tecnológicas para as principais “dores” dos varejistas. Os pavilhões da Expo Porte de Versailles têm mostrado forte aplicação de Inteligência Artificial em áreas como supply chain, e-commerce e analytics, além de visão computacional para baratear aplicações de lojas autônomas, especialmente em usos de pequeno porte – como vending machines.
Outro destaque é a preocupação com a qualidade dos dados que alimentam os sistemas de IA. Startups como Realytics e Rock Fish se dedicam a um trabalho de bastidores que se tornará cada vez mais importante: preparar os dados, limpando, catalogando e organizando para que essas informações sejam usadas depois no treinamento e uso dos sistemas de Inteligência Artificial. “É um sinal claro de amadurecimento do mercado. A IA vai deixando de ser uma buzzword, pois as empresas passam a perguntar como a tecnologia melhora o dia a dia do negócio”, comenta Paparoto.