Segmento tradicionalmente foi mais forte em lojas de pequena superfície, mas investimentos de redes como Walmart, Amazon e Target têm mudado esse jogo
A alta da inflação nos Estados Unidos, que atingiu índices vistos pela última vez há 40 anos, deu um impulso extra à venda de produtos de marca própria, que têm sido vistos pela população como uma alternativa viável para “esticar” o orçamento familiar. Segundo um relatório publicado na semana passada, grandes redes têm avançado forte nesse território, fazendo das marcas próprias um chamariz para aumentar o fluxo de clientes.
De acordo com a Numerator, a penetração dos produtos de marca própria da Aldi subiu 2,3 pontos percentuais nos últimos 12 meses, enquanto na Target o crescimento foi de 2,2 pontos e na Amazon, 1,7 ponto. A liderança, porém, está nas mãos do Walmart, que tem as 4 marcas próprias com maior penetração nas residências americanas – a bandeira Great Value esteve nas cestas de compras de 72% dos consumidores, a Equate em 51%, Marketside em 44,2% e a Freshness Guaranteed, em 40%. A quinta colocada é a marca própria da rede Dollar Tree, com 32,5% de presença.
“Em algumas categorias, os itens de marca própria já são 50% do mercado”, afirma Eric Belcher, CEO da Numerator. “Isso muda o jogo, pois as marcas líderes precisam levar em conta a forte presença dessas concorrentes em suas estratégias de mercado”, acrescenta.
Algumas redes de supermercados baseiam suas estratégias competitivas em marcas próprias. Na Aldi, por exemplo, 77,5% das vendas vêm de itens private label em alimentos, limpeza, beleza e saúde, enquanto na Trader Joe’s esse índice é de 59,4%, na Wegmans é de 49,4%, na Costco é de 33,5% e no Sam’s Club, 30%. No geral, as marcas próprias correspondem a 17,4% das vendas dos supermercados americanos, com participações semelhantes em todas as faixas de renda. Isso mostra que preço é um aspecto importante para todos os clientes – segundo o estudo da Numerator, mais importante que a marca do produto.