O consumo das famílias no período de festas deve crescer, em média, 15%, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Supermercados – ABRAS. A combinação de renda reforçada no fim do ano e ampliação das encomendas pelos supermercados sustenta a expectativa de um Natal mais aquecido em 2025.
Neste ano, os preços da cesta de produtos natalinos estão 3,5% mais altos que em 2024. Apesar das sucessivas quedas observadas ao longo do ano em itens básicos — como arroz, feijão, leite longa vida e cortes bovinos —, as proteínas típicas das festividades apresentam comportamento distinto.
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Segundo o vice-presidente da ABRAS, Marcio Milan, esse movimento é esperado: “São produtos altamente sazonais, com demanda mais pressionada, custos logísticos maiores e, em alguns casos, dependência do câmbio, como o bacalhau. Por isso, mesmo em um ambiente de alívio nos preços da alimentação, é comum que chester, peru, tender e cortes especiais registrem aumentos acima da média. A projeção de alta de 5,8% para essas proteínas, informada pelo setor, está alinhada ao padrão histórico do fim de ano.”
Por outro lado, o consumidor encontrará azeites mais baratos neste Natal. Após a extinção da tarifa de importação em março de 2025 — que reduziu o imposto de 9% para zero — os preços do produto recuaram ao longo do ano, levando a uma queda média de 18%.
As encomendas também registram avanço. No grupo das proteínas animais, o volume médio de pedidos aumentou 10%. As variações individuais de preços são: carne bovina (+3,6%), frango (+3,5%), ovos (+4,8%), chester (+5,5%), lombo (+6,0%), peru (+6,0%), tender (+7,0%), bacalhau (+7,0%), pernil (+7,1%), peixes (+7,3%).
No segmento de bebidas, as encomendas cresceram 13%, com reajuste médio de 5,4%. As menores variações foram registradas em sucos (+2,3%), bebidas destiladas (+3,2%), cervejas (+4,6%), vinhos nacionais (+4,6%), refrigerantes (+6,0%), espumantes e frisantes (+7,1%), em vinhos importados (+9,6%).
Na cesta de frutas, o volume médio de encomendas também ficou em 10%. As maiores variações de preços ocorreram em nozes e castanhas (+7,7%), frutas especiais e importadas (+6,7%), frutas secas (+6,0%) e frutas nacionais da época (+4,5%).
Os produtos tradicionais de Natal — panetones, chocotones, biscoitos especiais e chocolates — registraram alta de 13% no volume de encomendas e variação de 7,4% no preço.
A cesta típica composta por dez itens — aves natalinas, azeite, caixa de bombom, espumante, lombo, panetone, pernil, peru, sidra e tender — foi calculada em R$ 351,80, R$ 5,97 acima dos R$ 345,83 registrados no ano passado.
Nas regiões, o valor médio da cesta ficou em R$ 341,99 no Centro-Oeste; R$ 352,75 no Norte; R$ 364,73 no Sul; R$ 348,23 no Sudeste; e R$ 351,28 no Nordeste.