Por Renato Müller
Um tiro no pé. É como pode ser classificada a nova ofensiva de preços da rede supermercadista de descontos Lidl no mercado alemão, que começou há duas semanas. Anunciada como a maior ação promocional da história da empresa, a campanha ficou bem longe de ter um impacto positivo nas vendas. Bem pelo contrário: segundo dados da consultoria Accurat, a participação da Lidl nas visitas de clientes às lojas caiu de 16,4% para 16,1% na semana seguinte ao início da campanha.
A ação inclui descontos permanentes de até 35% em 500 produtos e pretendia ser um forte argumento de atração de público – até ser igualada com competidores como Aldi, Edeka, Rewe e Penny, que cortaram preços de forma equivalente. Até mesmo a Kaufland, bandeira irmã da Lidl, se viu obrigada a reagir para não perder mercado.
Como resultado, a guerra de preços nos supermercados alemães ganhou intensidade e gerou preocupação sobre a sustentabilidade de estratégias de descontos agressivos, que impactam as margens de lucro do varejo e da indústria. Será que não existem outras opções para ganhar mercado?