O formato proximidade e o canal e-commerce foram os destaques dos resultados do Grupo Pão de Açúcar (GPA) no primeiro trimestre de 2025. Com isso, a marca Minuto se consolida como a principal bandeira da rede em número de lojas, com 213 espaços, à frente de Pão de Açúcar (190 unidades), Extra Mercado (170 estabelecimentos) e Mini Extra (160 pontos de venda). O modelo também foi destaque no conceito mesmas lojas, exibindo o melhor resultado em oito trimestres (+7,8%). Por sua vez, as vendas do canal digital avançam 16,9% no trimestre e totalizam R$ 2,3 bilhões nos últimos 12 meses. A frequência dos clientes com perfil multicanal alcançou um patamar 3,3x superior e um tíquete médio 4,5x maior frente aos que escolhem apenas um.
“Apesar do cenário macroeconômico desafiador, os resultados deste primeiro trimestre reforçam nossa convicção de que estamos no caminho certo: rumo ao crescimento, à ampliação de ganhos e da rentabilidade, com modelos de negócios e propostas de valor bem-alinhados às demandas do mercado. Estamos prontos para sustentar nosso desempenho nos próximos períodos”, destacou o CEO do GPA, Marcelo Pimentel, no documento enviado ao mercado. E acrescentou. “Nossos indicadores demonstram nosso foco em uma gestão equilibrada para garantir o crescimento sustentável da companhia: aumento de vendas, com ampliação de volume e market share, controle de custos, melhora do fluxo de caixa e redução de endividamento.”
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Crescimento mesmas lojas por bandeira e formato
No 1T25, foram inauguradas 11 lojas, sendo: 9 Minuto Pão de Açúcar, 1 Mini Extra e 1 supermercado da bandeira Pão de Açúcar.
Proximidade
No formato de proximidade, as vendas mesmas lojas cresceram 7,8%. As unidades inauguradas, a partir de 2022, continuam a contribuir significativamente para esse avanço, registrando crescimento de dois dígitos nas mesmas lojas, evidenciando a eficácia dos projetos de expansão dos últimos anos. Essa efetividade também se reflete no aumento do número de clientes nas lojas maduras, demonstrando que, mesmo com a expansão acelerada, a base de consumidores continua aumentando.
O principal vetor desse crescimento foi o avanço das categorias de perecíveis, cuja participação nas vendas aumentou 0,9 p.p., alcançando 43,2% do total, com destaque para a seção de padaria.
Proximidade também foi destaque no ganho de market share, no projeto de expansão e até no resultado do e-commerce. O formato, com as bandeiras Minuto Pão de Açúcar e Mini Mercado Extra, avançou na consolidação de sua liderança no Estado de São Paulo, atingindo 63% de market share, um ganho de 2,4 p.p. em relação ao ano anterior, considerando lojas com até 400 metros quadrados, segundo dados da Nielsen.
No resultado geral, no 1T25, foi registrado um aumento de 0,4 p.p. no market share no Estado de São Paulo, consolidando mais de dois anos de aumento contínuo. Em um período acumulado de dois anos, verificou-se um crescimento expressivo de 1,1 p.p.
Isso reflete, sobretudo, o foco estratégico no segmento premium, com o fortalecimento da proposta de valor da bandeira Pão de Açúcar, que vem sustentando um sólido crescimento em vendas nas mesmas lojas. Soma-se a isso a expansão do formato de proximidade premium por meio do Minuto Pão de Açúcar. Como resultado, no 1T25, apurou-se uma ampliação de 0,7 p.p. em market share no segmento de supermercados premium, considerando todas as cidades onde a companhia atua com a bandeira Pão de Açúcar, segundo dados da Nielsen.
O foco da expansão de lojas é o formato de proximidade premium, com a bandeira Minuto Pão de Açúcar. Essa marca já possui formato maduro, escalável e com maior potencial de capilaridade, prevendo o adensamento e a verticalização da cidade e da Região Metropolitana de São Paulo.
As lojas, direcionadas ao público mais afluente, estão localizadas em pontos de alta qualidade e apresentam rápida maturação, com uma média de sete meses, além de alta performance. As safras a partir de 2022 superaram as margens das lojas inauguradas anteriormente e apresentam uma rentabilidade média superior à consolidada pela companhia. No 1T25, a margem EBITDA de contribuição – antes do rateio dos custos corporativos – do formato de proximidade avançou 1,1 p.p., refletindo o sucesso do modelo.
Ainda que o desempenho do e-commerce tenha sido impulsionado por todas as bandeiras, o destaque se deu nos formatos de proximidade, que seguem aumentando a penetração da venda digital.
Extra Mercado
No Extra Mercado, o crescimento de vendas mesmas lojas atingiu 6,6%. O aumento de volume foi um dos principais impulsionadores do desempenho de vendas.
Importante destacar que o resultado reflete ainda mais um trimestre de recuperação consistente da bandeira, após a implementação do projeto de revisão de sortimento e de gestão de categorias, iniciado no fim do 2T24. Como parte dessa transformação, foi definida uma nova proposta de valor para a marca, com reposicionamento dos perfis de loja e redefinição dos papéis de cada categoria, alinhados à nova estratégia comercial. Entre as principais iniciativas do período, destacam-se: (i) a revitalização de 67 lojas entre o 4T24 e o 1T25 com nova departamentalização e melhorias nas fachadas; (ii) a revisão da clusterização de preços e promoções; e (iii) a atualização estratégica do sortimento, tornando-o mais aderente às necessidades dos clientes.
Dessa forma, a nova proposta de valor posiciona o Extra Mercado como um supermercado de bairro no segmento mainstream, com foco em excelência no atendimento e nos serviços, reforça sua integração à jornada de reabastecimento dos clientes. Há especial ênfase no fortalecimento das seções de carnes, aves e padaria, e na manutenção da competitividade na mercearia básica.
Pão de Açúcar
No Pão de Açúcar, as vendas mesmas lojas cresceram 6,5%, demonstrando consistência e resiliência da proposta de valor da bandeira, com foco em um sortimento premium, qualidade de perecíveis e alto nível de serviço. Esse crescimento continua impulsionado pelo aumento do volume de vendas combinado com o incremento do tíquete médio.
Aliados
Por fim, o formato de aliados, voltado para a venda direta a pequenos comércios, registrou um crescimento de 20% nas vendas mesmas lojas. Em 2024, foi dada a largada de um processo de reequilíbrio desse modelo, priorizando a rentabilidade, com ajuste no mix de produtos vendidos e consequente redução do volume de vendas. A partir do 1T25, com a base de comparação já refletindo esse novo patamar de rentabilidade, o formato voltou a apresentar trajetória de crescimento, consolidando sua recuperação.
E-commerce
No 1T25, o e-commerce teve um desempenho expressivo, com vendas totais de R$ 587,9 milhões, o que representou um crescimento de 16,9% em relação a igual período de 2024.
A participação do e-commerce nas vendas totais alcançou 12,6% no 1T25, um avanço de 1,4 p.p. em relação a igual período do ano anterior. Um dos principais destaques foi a evolução das vendas de perecíveis no canal on-line — pilar estratégico de diferenciação e fidelização — que atingiram 36,9% do total, crescimento de 3,4 p.p. na comparação anual.
No campo da eficiência operacional, foi concluído neste trimestre o roll-out do projeto de multipicking, que ampliou a coleta de um para três pedidos simultâneos, gerando um ganho estimado de 15% na produtividade por coletor. Consolidando o processo de ganhos iniciado no 4T22, foi registrada uma evolução de 0,8 p.p. na margem EBITDA do e-commerce, que atingiu 9,9% no 1T25.
NPS e percepção de valor pelos clientes
No 1T25, a trajetória consistente de melhoria na qualidade do atendimento foi mantida, com avanço de 3,2 pontos no NPS em relação ao 1T24, atingindo 79,7 pontos. Assim como nos trimestres anteriores, esse progresso foi observado em todas as bandeiras, com destaque para o Extra Mercado, que alcançou 83,8 pontos, uma evolução de 5,7 pontos no período. Esse resultado é fruto de um conjunto de iniciativas voltadas à excelência na experiência do cliente, com ênfase no treinamento contínuo das equipes, revitalização de lojas e avanços na percepção de preços, sortimento e ambiente de loja.
Outro resultado encorajador da estratégia atual é o aumento da fidelidade dos clientes com a evolução do share of wallet dos clientes premium, com um avanço de 0,7 pontos percentuais nos últimos 12 meses, somado ao constante crescimento da base de clientes Premium & Valiosos, suportada pelo programa de fidelidade Pão de Açúcar Mais. Houve um crescimento de 11,0% dos clientes black, categoria mais alta do programa.
Marcas próprias: Qualitá e Pão de Açúcar
Nesse contexto, as marcas próprias desempenham papel fundamental, reforçando a confiança dos consumidores nas bandeiras e representando um diferencial competitivo com alto potencial de crescimento. Com uma proposta de valor baseada em qualidade comparável à de líderes de categoria a preços competitivos, essas marcas já demonstram eficácia na fidelização: estão presentes em oito de cada dez cestas de compras. Os consumidores, que as adquirem, apresentam frequência média de compra 2,4 vezes superior à daqueles que não compram.
Assim, as marcas próprias do GPA seguem ganhando relevância no mercado nacional, atingindo 24,6% de market share, um avanço de 2,6 p.p. em relação ao ano anterior. A penetração das marcas próprias no total das vendas da companhia também evoluiu, alcançando 21,1% no 1T25.
Entre os destaques, a marca Qualitá consolidou-se como um dos principais nomes do varejo alimentar brasileiro, ocupando a 20ª posição entre as mais vendidas do segmento no País, segundo estudo da Nielsen, reflexo de seu posicionamento competitivo e ampla aceitação pelo consumidor.
Reforçando a estratégia de diferenciação no segmento premium, o GPA lançou no 1T25 a marca Pão de Açúcar, voltada exclusivamente para produtos de alto valor agregado. Com foco em qualidade superior ao líder de categoria e em categorias premium, a nova marca foi desenvolvida para reforçar a proposta de valor da bandeira e atender às expectativas dos clientes mais exigentes. Ao longo de 2025, mais de 100 produtos da marca Pão de Açúcar serão lançados, ampliando a presença da companhia em categorias estratégicas e de maior margem.
Outra frente importante na fidelização de nossos clientes é a Stix, um ecossistema de programas de fidelidade de grandes marcas, cujo sócio majoritário é o GPA.
Resultado financeiro
Quanto ao resultado financeiro, as vendas totais somaram R$ 5,1 bilhões, avanço de 4,6% no primeiro trimestre. Importante destacar que o desempenho do trimestre foi impactado por efeitos sazonais adversos na comparação anual, em função do deslocamento do feriado de Páscoa para o segundo trimestre do ano e um dia a menos no mês de fevereiro. Ajustadas as vendas para o conceito de mesmas lojas, excluindo o impacto de calendário, houve um aumento de 7,3%, evidenciando a consistência e resiliência do modelo de negócios premium, além da recuperação gradual do Extra Mercado.
No documento, a empresa destaca que na evolução do total de lojas, o crescimento de 18,8% do formato de proximidade, impulsionado pela abertura de 60 novas lojas nos últimos 12 meses (10 unidades no 1T25), e o aumento de 17,1% do formato aliados (modelo de venda direta para pequenos comércios), que, após os ajustes operacionais implementados em 2024, retomou a trajetória de crescimento.
O EBITDA ajustado cresceu 9,9%, com margem de 8,6% (+0,5 p.p.), o que reflete iniciativas voltadas ao ganho de eficiência. Houve um sólido crescimento das vendas em mesmas lojas de 7,3%. A margem bruta alcançou 27,6%, aumento de +0,4 p.p. (impulsionada por melhorias contínuas em todas as bandeiras), e a geração de caixa operacional LTM atingiu R$ 1 bilhão. O prejuízo líquido consolidado registrou redução de 74,4%. Por sua vez, foi apurada melhora da alavancagem financeira pré-IFRS 16 em 0,2x.