Objetivo é apresentar o modelo de negócio inaugurado em 1986 no Maranhão para atrair capital nacional e estrangeiro
Com sede no Maranhão e com números que a tornam uma gigante do varejo nacional o Grupo Mateus foi uma das principais aberturas de capital de 2020 e mobilizou todos os grandes nomes da Faria Lima, em operação liderada pela XP. O resultado foi uma das maiores ofertas de ações na Bolsa brasileira: a abertura de capital que movimentou R$ 4,6 bilhões e foi uma das mais comentadas de 2020.
Agora, quase um ano mais tarde, a companhia fundada em 1986 por Ilson Mateus – que, antes de abrir seu negócio de alimentos, chegou a ser garimpeiro em Serra Pelada, no Pará – luta para ser continuar a ser lembrada pelos investidores e pelos executivos de importantes fundos do País.
Como a maioria das gestoras do Brasil estão concentradas na Faria Lima, coração financeiro de São Paulo, e no Leblon, o correspondente no Rio de Janeiro, os gestores não conhecem a operação do Mateus no dia a dia. Ou seja: os tomadores de decisão dos grandes bancos não fazem compras em suas lojas, como ocorre com Pão de Açúcar e Carrefour, por exemplo. Logo, a rede de atacarejos e atacados percebeu que precisaria traçar uma estratégia para seguir viva na memória dos investidores.
Desde que chegou à companhia, neste ano, esse tem sido o trabalho de Marcelo Korber, gerente de relações com investidores do Grupo Mateus. A meta é manter a comunicação em dia, informando, por exemplo, mensalmente detalhes sobre o crescimento da rede – hoje, já são 182 lojas em operação.
“O que temos feito é nos comunicar mais. Aumentamos, por exemplo, o contato com as casas de análise independentes”, comenta Korber. Do lado das pessoas físicas, o movimento tem ajudado: já são 72 mil acionistas, um dos maiores números na Bolsa brasileira.
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Korber comenta também que a empresa estuda a realização e viagens com gestores, no jargão do mercado os “non-deals roadshows”, como são chamadas as reuniões com investidores sem uma operação atrelada. A ideia é mostrar “in loco” o gigantismo do Grupo. O próximo passo, afirma o gerente de RI, é atrair os estrangeiros, que hoje têm pouca representação no capital da empresa.
Fonte: Fernanda Guimarães, Estadão