A Reijers, maior produtora de flores em estufa do Brasil e com duas fazendas em atividade no Ceará, projeta um anual na casa dos 30%. A estima passa por diversas estratégias. Uma delas é a parceria com os supermercados, com a meta de dobrar a quantidade até 2026. Atualmente, são vendidas flores para cerca de 200 estabelecimentos, atendendo a toda a faixa de Salvador, na Bahia, até Belém, no Pará.
“Hoje, 80% das nossas flores, plantas em vasos, são vendidas por meio de supermercados”, disse o CEO da empresa, Roberto Reijers. Mas, segundo ele, há muito espaço para crescer, isto é, o varejo alimentar ainda é um mercado com grande potencial não explorado. “Tem muita rede ainda desabastecida na nossa área de atuação.”
Além disso, o canal é estratégico para a distribuição da produção localizada na cidade de São Benedito, que passou a ser conhecida como a “capital cearense das flores”.
O município também abriga o centro de distribuição (CD) da Reijers, que fica a cerca de 315 quilômetros de Fortaleza (CE), e abastece todos os locais que a companhia atende, exceto a capital cearense, que possui um próprio. “De lá nós estamos distribuindo toda a nossa produção para o Norte e o Nordeste. E isso faz com que a gente consiga escoar uma maior quantidade de produtos e, consequentemente, produzir mais. E o que está nos ajudando a distribuir mais os produtos é o canal supermercado.”
Apesar disso, um dos principais gargalos enfrentados pela empresa é a logística. Isso porque a distribuição de plantas exige rigor nos prazos e na qualidade do transporte, considerando que boa parte do mercado está vinculada a eventos que não admitem atrasos.
Em paralelo, o aumento nos custos de transporte, impulsionado por mudanças na legislação e pela alta tributária, também pesa na operação. Por isso, a companhia tem investido fortemente na formação de frota própria e no treinamento de motoristas e operadores logísticos.
O executivo da Reijers destacou que o modelo de expansão da empresa não passa por abrir centros de distribuição em capitais ou grandes cidades distantes dos polos produtivos. Atualmente, o foco está no fortalecimento da operação existente, além de agregar produtores locais, oferecendo suporte técnico.
“Estamos muito mais preparados para indicar quais plantas funcionam, quais variedades são mais viáveis. A gente já conhece os problemas e os caminhos. Então, eles podem visitar a nossa produção, olhar como é que a gente faz.” Com isso, a ideia é estimular mais produtores locais e incluir fornecedores do Ceará, pois vários dos produtos vêm, por exemplo, de São Paulo.