Por Antônio Claret Nametala, empresário, sócio-diretor do Grupo Nonna Field Marketing; presidente executivo da Associação Mineira de Supermercados (Amis)
Você se orgulha do que o seu trabalho e o segmento em que atua representam para a sociedade? Se essa pergunta fosse feita a um médico, um engenheiro ou a profissionais de vários outros segmentos, a resposta, certamente, seria “sim”. Mas, quem exerce uma série de outras profissões extremamente relevantes, como quem atua em supermercado, se dá conta da nobreza de seu trabalho e da essencialidade do setor?
Neste ano, a Associação Mineira de Supermercados (Amis) atuou para mostrar que sim. A entidade escolheu como tema central anual, em2025: “Supermercados, Orgulho de Pertencer”. O propósito é mostrar à sociedade que quem atua no segmento deve se orgulhar de pertencer a um setor essencial e intrinsecamente presente no dia a dia das famílias.
É natural que algo tão presente no cotidiano só mostre seu valor quando falta. Imagine os supermercados sendo fechados às 18 horas ou sem funcionar nos fins de semana. Como fazer a compra após o trabalho ou nos sábados, domingos e feriados? Os supermercados são demandados todos os dias da semana, dia e noite, o que comprova sua importância e de quem nele atua – colaboradores e empresários.
Seus números expressivos também corroboram essa essencialidade. Hoje, só em Minas Gerais, são 500,7 mil colaboradores empregados diretamente em 47,6 mil lojas, que cobrem todos os 853 municípios do estado. Os supermercados são um dos setores de maior capilaridade e de mais proximidade com os lares mineiros, no atendimento às demandas do dia a dia das famílias.
Portanto, quem atua no setor deve ter, sim, “orgulho de pertencer”. E há muita gente orgulhosa disso. Ouvindo colaboradores de supermercados de todas as regiões mineiras, temos muitos
relatos de pessoas que chegaram ao setor sem experiência profissional, começaram nas funções mais básicas e conquistaram o topo da carreira na empresa; formaram filhos na faculdade e transformaram suas vidas graças ao trabalho no setor.
Temos testemunhos de colaboradores de supermercados, com 30 ou 40 anos de casa, que relatam o prazer e o orgulho em atuar no segmento, no atendimento, ouvindo diariamente os clientes com suas demandas — nem sempre por produtos, mas, muitas vezes, por atenção, por contato pessoal. Algo que se tornou diferencial em um mundo tão digitalmente intermediado. Ademais, é preciso, sim, ter orgulho de um setor que está inserido na sociedade, apoiando hospitais, creches, ONGs, o esporte e a cultura.
Outro assunto de que o setor pode se orgulhar é a diversidade, com forte atuação em equidade de gênero; pessoas com deficiência (PCDs) e profissionais da terceira idade. Vou me ater a este último. Em 2024, de acordo com dados da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), 5,7% dos colaboradores do setor eram da terceira idade, ou 50+ como alguns preferem denominar. Estamos falando de um total de mais de 9 milhões de colaboradores no País e, sobretudo, de um segmento reconhecido por formar e empregar jovens. Em 2023, esse percentual era de 4,2%, o que mostra forte crescimento. Em dez anos, a contratação de pessoas da terceira idade no setor supermercadista nacional quase triplicou, já que, em 2015, o número era de 2,2%.
Para finalizar, vamos recordar um dos períodos mais tristes da nossa história: a pandemia do coronavírus, quando praticamente todos os ramos de atuação precisaram ser fechados. Os supermercados, apesar de todas as dificuldades, riscos e necessidade de adequações, mantiveram-se gerando emprego, contribuindo com doações a causas sociais e garantindo o abastecimento diário das famílias. Portanto, quem atua no segmento supermercadista deve ter orgulho de pertencer a um setor tão essencial. Deve se orgulhar muito da nobreza que é a sua missão!