Crescimento acelerado de redes do setor no varejo de alimentos abre novos desafios diante de mudanças de hábitos dos consumidores
Por Renato Müller
A maioria dos consumidores vai às lojas de conveniência em busca de uma opção mais rápida para realizar suas compras, mas muitos desses pontos de venda estão ganhando uma nova vocação, como destinos de compra, e estão passando a competir mais diretamente com as redes de supermercados. Essa é a conclusão de um relatório desenvolvido pela Placer.ai nos Estados Unidos e publicado recentemente.
Segundo o estudo “C-Stores: from Convenient Stops to Go-To Destinations” (“Lojas de conveniência: de paradas convenientes a destinos de compra”, em uma tradução livre), mais consumidores americanos estão utilizando lojas de conveniência em suas compras de alimentos, fazendo com que o setor apresente um aumento de vendas acima da média do varejo.
Para a Placer.ai, essa expansão se deve a inovações trazidas por redes como Casey’s, Maverik, Bucee’s e Rutter’s, que têm ampliado suas opções de foodservice para competir com redes de lanchonetes e supermercados. A Maverik, com 400 lojas em 13 estados da costa oeste, tem ido um passo além, trazendo criações de chefs e criando uma situação em que produtos com um apelo premium se tornam disponíveis de forma acessível (tanto em preço quanto em praticidade).
“Alimentos preparados e refeições prontas se tornaram um game changer para as lojas de conveniência. Na comparação com o pré-pandemia, temos visto um aumento nas visitas aos pontos de venda do setor, especialmente naqueles que têm feito um bom trabalho nas categorias de alimentos”, analisa R.J. Hottovy, head de pesquisa e análise da Placer.ai. “Nas boas lojas de conveniência, a área de refeições prontas não é mais secundária”, acrescenta.
Segundo o especialista, isso tem acontecido porque, com a retomada do trânsito nas cidades, os consumidores começaram a passar mais tempo nas lojas de conveniência procurando por refeições que possam ser comidas no caminho ou levadas para casa para serem consumidas.
Esse movimento reflete o que tem ocorrido nos supermercados, em que o foodservice vem ganhando força a cada ano. “Alimentos frescos e refeições prontas estao no centro da estratégia das boas redes de supermercados, muitas das quais montaram mini-praças de alimentação ou food halls dentro das lojas. As lojas de conveniência estão entrando nessa disputa também”, completa.