Meritocracia, valores em um negócio e educação foram tópicos discutidos durante o painel Cultura e Liderança no primeiro dia de Smart Market
*Fernanda D’Angelo Lopes
O painel Cultura e Liderança foi o primeiro tema debatido no Smart Market, evento realizado pela ABRAS que tem como propósito elevar a performance do setor supermercadista.
O presidente da ABRAS, João Galassi, ancorou o debate, formado por Luiz Coelho Coutinho, presidente do Grupo Coutinho, Ederson Muffato, diretor do Grupo Muffato, Pedro Lourenço de Oliveira, presidente dos Supermercados BH Comércio, Chalim Savegnago, presidente dos Supermercados Savegnago, e Manoel Martins, diretor-executivo da BRF.
Durante a uma hora de discussão foi falado sobre os desafios do setor supermercadista para formação da cultura e quais são os principais obstáculos para formação da liderança, além de tocar na questão da meritocracia e dos valores em um negócio. “Um dos nossos principais valores é humildade e respeito, não dá para ganhar dinheiro desrespeitando isso, não dá para ganhar dinheiro passando por cima dos valores e da cultura, que é algo para nós essencial.”, destacou Luiz Coelho Coutinho, presidente do Grupo Coutinho. Para ele, quando se trata de resultados, 70% dizem respeito ao comportamento dos colaboradores.
O empreendedor falou também da importância da educação ao longo do desenvolvimento da carreira dos colaboradores. “Boa parte dos 15% da nossa liderança média é o primeiro emprego, e ali a gente trabalha muito forte o valor da educação. O desafio é não só reter os colaboradores, mas também educá-los no sentido de entender o propósito e valores como ombridade e respeito.”, reforçou Luiz Coelho Coutinho.
Com 25 mil funcionários em toda sua rede, Pedro Lourenço de Oliveira, presidente dos supermercados BH Comércio, disse que desde o dia em que abriu a primeira loja, há 26 anos, não tiveram uma crise na companhia. Essa performance elevada tem relação com a forma como os funcionários são tratados. “O tratamento entre todos os funcionários é igual, desde o que está no primeiro emprego até o colaborador que está há anos na minha empresa, sempre com integridade e respeito.”, revelou. Para o executivo, determinadas atitudes vão além dos resultados. “A loja pode estar com um excelente resultado e se os funcionários são maltratados o gerente perde o emprego dele. As pessoas têm que ser respeitadas e bem tratadas de forma igual, independentemente do nível hierárquico em uma organização.”, reforçou.
Em uma empresa, o caminho natural é o do desenvolvimento, uma vez que a cultura e os valores da organização estão alinhados com os dos funcionários. Partindo desse pressuposto, Manoel Martins, diretor-executivo da BRF no Brasil, reforça a importância da meritocracia. “Nós temos um controle muito grande de contratação. Então, por exemplo, vou contratar uma equipe de vendedor, quanto tempo esse vendedor fica na companhia, em quanto tempo ele é promovido e em quanto tempo ele sai ou ele pede para sair. Isso mostra um pouco do cuidado que temos com pessoas e revela também um conceito muito forte de meritocracia. Dentro da companhia hoje temos uma preocupação muito grande de quantas pessoas, de fato, estamos promovendo e quantas pessoas não evoluem.”, observou.
O crescimento de um negócio supermercadista envolve também a “boa relação com fornecedores e quem fabrica”, destacou Ederson Muffato, diretor do Grupo Muffato. “Se essas duas coisas não pararem de pé o negócio do varejo de comprar e criar uma experiência para o consumidor acaba ficando pelo caminho.”, refletiu Muffato.